terça-feira, 24 de junho de 2008

do
Insuporstentabilidade (Mas eu tento!)

Agora tento ser verde. Agora fico bege em pensar alguém entrando em casa, tropeçando nas muitas sacolas plásticas de lixo que, mais um dia, eu esqueci de colocar lá fora, à disposição daqueles homens fortes e bem dispostos que correm a cidade com condicionamento de atletas. Eu ficaria bege caindo pro roxo se tentasse o mesmo pique. Além de não realizar coleta seletiva, emito fumaça tóxica o dia todo na atmosfera. Claro, depois que elas fazem uma graça nos meus pulmões. Será que ainda são dois?
Minha mãe ri, por torturantes segundos, quando me percebe repassando dados de um monte de órgão ambiental aos quais nunca dei ouvido. Eu também.
E me preocupo em atualizá-los. Mas penso nisso no trabalho, com o 34º copinho descartável de chá em mãos. Esta conta é duplicada pois, se não sustento a causa também não sustento um copo quente em mãos, e pego dois de uma só vez. Só desenvolvi a prática de sofrer a mudança de temperatura nas mãos com o gelado. Bem gelado. Se possível, sem colarinho.

Também nunca plantei uma árvore. E de pirraça, não clicava naquele site do Click-Árvore. Nunca espalhei uma mudinha que fosse na terra. Nem de Maria-sem-vergonha - já que não sei me portar frente à concorrência.

E se há a defesa de que todo mundo que mora sozinho precisa de um animal ou planta para se entreter, já adianto que quando não me suporto, me ignoro. Não confio em gente que entende o que diz as plantas e discute o relacionamento com o gato. Ambos. E não é por ser chata. É pelo meu panceticismo.

Mas se gasto mais de 30 minutos embaixo de um chuveiro pelando diariamente, sou redimida por não ingerir muito este recurso nos dias úteis. Se não fosse a desidratação dos dias de ressaca, minha cota seria a menor do que de muita gente ambientalmente correta que usa conta-gotas.
Ok! Eu fazia xixi nas águas do último rio inteiro do Estado de São Paulo (Rio Ribeira). Mas eu não sabia.
E semana passada gastei cerca de R$ 20,00 comprando bijuterias. O detalhe é que eram de papel reciclado. Sentiram? E não foi charme, foi por desejo mesmo. Fiquei muito desconfiada da artista-ambientalista-neohypada que me entregou as peças em uma sacolinha plástica. Disse a ela que não combinava com minha Eco-bag. Sim eu tenho uma, ou melhor, duas!

O mesmo consumo sustentável que anda insustentável em mim. Como parte de mim, temo ser “momento”. Mas no momento tomo Coca em minha canequinha verde. Não, ainda não saio com a dita cuja a tiracolo, pendurada naqueles barbantinhos bastante suspeitos. Mas já me aguça levá-la a uns passeios. Pôxa! Preciso me redimir com a quantidade de copos descartáveis que utilizo!
E para desespero da minha amiga Sandra, que tem planta, fala com gato, mas não levanta bandeiras à não ser de: Abaixo ao Mc Donalds! Encomendei uma camiseta da WWF.

Sim, eu ainda gasto muito papel diariamente. Ignoro àquelas mensagens que vêm na assinatura dos releases que me pedem para antes de imprimir a página pensar no impacto ecológico. Pôxa! Se eu não imprimir terei que decorar o tal release, não dá! Alguém já viveu a tortura de um deadline de jornal diário? E ter que gravar as entrevistas? Eu sei que é a forma mais segura, só que emburrece também. Sinto muito mundo, isto é mais difícil para mim. E papel reciclado é caro. E eu sou jornalista. De jornada dupla: jornal-bar, bar-jornal.

Agora uma boa causa no meio da causa ambiental é a quantidade de homem “bom” atrás das mais distintas bandeiras. Nunca tive fontes tão fortes, seguras, interessantes...enfim, em outras épocas de trabalho. Certo que eles são meio emperrados para falar. Temem a ignorância de nós, pobres generalistas. Especialistas em tudo um pouquinho, o mesmo que um monte de nada. Mas a resistência pode ser charmosa. O que custa perguntar pela octogésima vez a definição de Bioma, Biomassa, Biodiesel, o que quer dizer EIA/RIMA, e isto rima com o quê mesmo?
E o tal deve ficar tentando imaginar a mesma coisa que eu: Em que raio de lugar estava Maíra nas aulas de Física, Química, Biologia? Nem argumento que era da ala dos que estavam mais para as letras. Pensando na minha casa bem situada em uma lomba, de onde eu só escreveria.
Morar no mato não é de agora não. Mas agora já sei o melhor modo de fazer uma plantação em mandala. Para a irrigação, claro!
E agora também temo que, ter de plantar feijão no pó deixe de ser apenas um refrão do Elomar. Ai, o Elomar também é de antes dessa fase verde, por mais que não pareça.

Certo que domingo botei fogo para acender galhos secos e fazer uma pequena queimada. (Se a Cetesb e a Patrulha Verde questionar eu nego tudo!). Mas era para aquecer. E eu sabia que iríamos travar uma briga feia com a umidade da noite de baixíssima temperatura, de um fim de semana que só trazia o alerta de “úmido”.
Não fiz xixi na cama por mexer com fogo, mas meu pé amanheceu com uma estranha bolha. Poderia ser só o resultado de ficar a noite toda com o pé em cima de um graveto. Mas também um castigo.

Quando criança, ainda na pré-escola. E é importante frisar que foi nesta época que passei a reconhecer meus limites e a odiar as atividades de passar o macarrão dentro do barbante para fazer um colar, ou mesmo ladear os desenhos com feijão, pipoca ou papel cortado. Nunca tive coordenação motora. Nem paciência.
Passado estes maus momentos, um dia a ‘Tia Nenzinha “– A quem ainda chamo de tia, nunca descobri o seu nome verdadeiro, e ainda me olha como se eu tivesse quatro anos - chamou minha digníssima e orgulhosa mãe para falar sobre os disparates do seu pequeno ser na unidade escolar. Justo minha mãe que queria, de todas as formas, me transformar em uma Picasso de saias. Mas longas, para esconder o Picasso (Desculpem, perco o espaço mas não a piada de quinta,rs).
Enfim, mamãe teve uma grande desilusão, pois a tia havia falado para ela que eu era a única que não conhecia cores e era melhor ela ver se eu tinha algum POBREMA. Aí Dona Léa me puxou para um papo-cabeça, questionando pq raios eu havia pintado o rio e as montanhas da mesma cor: marron. Diferente dos meus colegas, espertos, astutos, coniventes e pouco críticos que sabiam que o rio era azul e a montanha era verde, pois formada de árvores.
Já decepcionada e quase dando pinceladas em mim, mamãe teve que ouvir da pequena ex-guru dos pincéis que o rio, que cortava a cidade, não era azul nem ali nem na China (Claro, sem esses argumentos). E que havia pintado apenas um pedaço da montanha que fica na entrada da cidade. Para a surpresa de mamãe, fomos até o local, onde ela percebeu que havia acontecido queimada – como é praxe – e as árvores estavam queimadas, não bem marrom, é certo, mas mais para o marrom do que para o verde dos desenhos dos meus astutos coleguinhas. Que nem se daltônicos veriam o Rio Ribeira azul. E nem ninguém.

E quem vai dizer que já não nasci insusten(por)távelmente ambientalista? Hum!
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PioreS*: Fóruns, palestras, simpósios, inaugurações em universidades e outros eventos de bandeira “ambientalismo+sustentabilidade” na city, tomados por copinhos plásticos. Sendo todos entupidos, utilizados, cuspidos, amassados e substituídos por mais outros. Claro, por aqueles que torceriam o nariz para meus banhos de 30 minutos.
P S*: Etiqueta: “A moda é ser sustentável”, que está nas Eco-bags produzidas localmente e que sustento e anda nas costas de várias sorocabacanas ecologicamente na moda, quer dizer, corretas.
Pois em vezes este blog é muito chato! (rs)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A inescrupulosa ofensiva da direita

Estou em Guararema, na Escola Nacional Florestan Fernandes, para um Seminário sobre "Criminalização da pobreza, repressão aos movimentos sociais e lutas na América Latina", com participantes latino-americanos, de diversos movimentos sociais. Hoje ouvi relatos de militantes do MST do Rio Grande do Sul que ressaltava a preocupação com a ofensiva do governo estadual, conservador e totalmente repressor. Como nos tempos da ditadura, querem tirar a legitimidade do movimento, uma clara intimidação aos militantes e uma medida de contenção social. Vejam abaixo o que ocorre e mandem apoio e solidariedade, pois num país que se diz "democrático" não podemos, enquanto povo que quer ser dono de seu próprio destino, permitir que essa criminalização dos movimentos sociais ocorra.
abraço,
Fernanda


NOTA DO MST- RS

Amigos e Amigas da luta pela terra,

Enviamos abaixo a Nota divulgada sobre os despejos ocorridos ontem em Coqueiros do Sul, em duas áreas que estavam cedidas às famílias acampadas. Gostaríamos de alertá-los que já existem pedidos do Ministério Público para despejo dos acampamentos de São Gabriel (de uma área que é pré-assentamento) e dos acampamentos de Nova Santa Rita e Pedro Osório, que estão em áreas de assentamento. Estes pedidos já se encontram com Juízes das respectivas Varas e poderão ser executados a qualquer momento.

Contamos com seu apoio neste momento de repressão, não apenas ao Movimento Sem Terra, mas ao conjunto dos movimentos sociais,

Um forte abraço e boa luta,

Coordenação Estadual MST-RS

UMA AÇÃO ORQUESTRADA CONTRA OS MOVIMENTOS SOCIAIS

Métodos e Argumentos do Ministério Público e da Brigada Militar ressuscitam a Ditadura Militar no Rio Grande do Sul.

No dia de ontem (17/06), centenas de famílias de trabalhadores Sem Terras foram despejados de dois acampamentos pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul no município de Coqueiros do Sul. A duas áreas pertencem a pequenos proprietários e estavam cedidas para a instalação das famílias. Os Barracos e plantações foram destruídos, além das criações de animais, que foram espalhados, para que as famílias não pudessem leva-los. Cumprindo ordens do Poder Judiciário, as famílias foram jogadas à beira da estrada em Sarandi no final da tarde.

É preciso lembrar que este acampamento a beira da estrada para onde foram levadas, é o mesmo local de onde foram despejadas há um ano. Até quando estes trabalhadores vão permanecer lá? Quanto tempo levará até o próximo despejo?

O despejo de ontem não se trata apenas de mais um ato de violência e intransigência da Governadora Yeda Crusius e da Brigada Militar. Há um nefasto projeto político em curso no Rio Grande do Sul, envolvendo a proteção dos interesses de empresas estrangeiras, que são também grandes financiadoras de campanha, a supressão de direitos civis e a repressão policial. A ação faz parte de uma estratégia elaborada pelo Ministério Público Estadual para impedir que qualquer movimento social possa se organizar ou manifestar-se. Juntos, o Ministério Público Estadual e a Brigada Militar ressuscitam os métodos e práticas da ditadura militar, ameaçando qualquer direito de reunião, de organização ou de manifestação.

Na ação civil que determinou o despejo ontem, os promotores deixam claro sua inspiração pelo golpe militar de 1964, ao lembrarem que o golpe que restringiu as liberdades civis no Brasil, “ pacificou o campo”.

O despejo de uma área cedida, a ameaça de multa a seus proprietários se voltarem a apoiar o MST e as promessas de que novos despejos ocorrerão nos acampamentos em São Gabriel (num pré-assentamento), em Nova Santa Rita e em Pedro Osório (ambos em áreas de assentamentos) são decisões autoritárias que ameaçam não apenas o Movimento Sem Terra, mas estabelecem uma política de repressão para todo e qualquer movimento social.

Ao mesmo tempo em que os movimentos sociais são perseguidos e criminalizados, não se vê nada para recuperar os R$ 44 milhões roubados dos cofres públicos para o financiamento eleitoral no esquema do DETRAN.

Da mesma forma, quando grandes empresas estrangeiras criam empresas-laranjas e adquirem terras ilegalmente no Rio Grande do Sul, que somente agora foram indeferidas pelo executivo, não se vê nenhuma ação do Ministério Público, judiciário ou do executivo estadual.

No ano passado, após a Marcha à Fazenda Guerra, o Ministério Público propôs um termo de ajuste onde o Poder executivo federal assumia o compromisso em assentar mil famílias até o mês de abril deste ano. Nos causa estranheza que não hajam mais cobranças do Ministério Público para o cumprimento do acordo, que este mesmo poder propôs. E ainda, que agora decrete o despejo das famílias, que poderiam estar assentadas e produzindo alimentos, caso o mesmo acordo tivesse sido respeitado.

Há interesses que ainda se encontram ocultos nas ações desta semana e nas medidas que o MPE anuncia. O certo é que a volta dos regimes autoritários e repressivos, a serviço de interesses obscuros, ameaça a todo o povo gaúcho.

Coordenação Estadual MST - RS

Na Contramão

Cada dia me preocupo mais com o conteúdo ideológico implícito nos estudos científicos.
Segundo o portal G1, um estudo belga comprova que os homens gastam mais dinheiro perante a insinuação sensual feminina. A manchete anuncia, como uma grande novidade, que não é só o corpo feminino que vende, mas qualquer referência a ele, como um biquíni ou uma lingerie.
Eu, sinceramente, não entendo o que leva um cientista a pesquisar se o fator estimulante é o corpo ou alguma referência a ele, pois a mensagem subliminar é a mesma: o feminino enquanto estratégia de venda, não enquanto ser humano.
A pergunta que não quer calar é: a quem serve esta pesquisa?
Certamente não é aos profissionais de humanas, que devem buscar a humanização, e não a coisificação do homem.
Esta pesquisa é muito útil a publicitários anti-éticos que buscam vender qualquer coisa a qualquer preço; aos capitalistas que, se pudessem, punham um código de barras na mãe e colocavam-na numa prateleira; às mulheres-objeto que querem se promover a qualquer custo.
Veja um trecho de uma entrevista da "boa" Juliana Paes à Revista TPM, na edição de janeiro de 2008:
"TPM: Você é a mais onipresente vendedora de cerveja do Brasil. Isso não faz de você uma mulher-objeto?
JP: Eu não, de jeito nenhum, o objeto é a cerveja! [Risos]"
Talvez, pra ela, seja muito divertida toda essa conjuntura: ela é linda, tem um corpo perfeito e condições financeiras para mantê-lo. Sim, financeiras, pois ninguém mantém uma imagem desse nível "bebendo dois litros de água por dia".
Por outro lado, mulheres de carne e osso, que não têm condições de bancar drenagem linfática, frango grelhado 3x por semana e estimulação russa, são obrigadas a conviver com depreciações machistas e têm sua auto-estima severamente abalada.
Agora a digníssima indústria de cerveja e sua garota propaganda podem rir ainda mais, pois tem um argumento científico - percebem o peso da palavra? - que legitima o corpo da mulher enquanto item de consumo. A pesquisa ignora o fator cultural como moldador do compotamento, apenas diz que "sim, a sensualidade feminina faz vender", como se fosse algo natural e imutável.
A matéria encerra com uma "brincadeira" absolutamente desnecessária do "cientista". "Objetos masculinos não parecem ter o mesmo efeito sobre as mulheres. `Os centros de recompensa neurais das mulheres não são tão ativados quanto os dos homens por esse tipo de estímulo´, afirmou Van der Berg. `Possivelmente, elas são ativadas por outros tipos de recompensas. Talvez, sapatos,´ brinca ele."
Podemos resumir em duas frases: A ciência diz que homens precisam de sexo e mulheres precisam de sapatos. Qualquer manifestação do contrário é anti-natural.
Isso é o que eu chamo de Psicologia Anti-Social.

domingo, 15 de junho de 2008

Maria Lucia Amary solicita promoção "post mortem" a oficial da PM envolvido com a repressão no regime militar de 64

Recentemente lembramos os 40 anos da promulgação do AI-5, que promoveu o endurecimento da repressão militar do golpe de 64, levando o Brasil a um regime de terrorismo de Estado.
Tivemos milhares de jovens torturados, mortos e desaparecidos.

Passadas quatro décadas ainda não sabemos o número exato de pessoas assassinadas e turturadas. Milhares de pessoas carregam no corpo feridas que a lembrança não deixa cicatrizar.
Lembrança de um tempo em que sonhar com um mundo melhor e ousar lutar por um país de todos e para todos era crime de terrorismo.

A Lei de Anistia (1979) na prática, permitiu a todos os oficiais da PM e do Exército escapar de um julgamento por seus crimes. Eles estão todos soltos gozando de uma pesada aposentadoria e aqueles que já embarcaram para as profundezas de Hades, puderam ainda deixar uma gorda pensão vitalícia para suas filhas.

Só recentemente o Estado assumiu sua responsabilidade e com o governo Lula, as vítimas começaram a ser indenizadas.

Na contramão da história política recente, a deputada sorocabana Maria Lucia Amary (PSDB), junto com o deputado Sérgio Olímpio Gomes (PV), esta solicitando ao governo do estado a promoção “post mortem” do Cap. da PM Alberto Mendes Junior ao cargo de Coronel, para que suas filhas possam receber a pensão de R$ 5.500,00. Alberto Mendes era um oficial da repressão, morto em combate com a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) no Vale do Ribeira.
Na verdade, Alberto Mendes era Tenente e fora promovido também "post mortem" em 1970 à patente de Capitão, agora, M. L. Amary quer promovê-lo Coronel. Onde isso vai parar?
No mês passado o historiador Carlos Cavalheiro já havia denunciado que a deputada do PSDB apresentou um projeto de lei dando o nome de Francisco Moron Fernandes a um viaduto da Raposo Tavares, Moron Fernandes figura na história de Sorocaba como lider de um grupo integralista que perseguia e torturava operários anarquistas e comunistas na década de 30.

A deputada Maria Lucia Amary pertence a um partido que tem a social democracia no nome, mas parece ter saudades do regime ditatorial.
Mande um e-mail para a deputada: mlamary@al.sp.gov.br

Fonte: Site da deputada

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Fala baixo que eu sou cego e não surdo

Às vezes a gente custa a entender que um portador de necessidades físicas especiais é capaz de viver de maneira absolutamente normal, desde que sejam feitas algumas adaptações aos objetos e nos ambientes de uso público. Mas, do mesmo modo, é preciso que o restante das pessoas não só respeitem como também acreditem na capacidade do outro.

Certa vez eu andava pelo centro de Sorocaba e, ao passar por uma cabine de telefone, um moço deficiente visual pediu que eu lesse um número de telefone num cartão, querendo ajudar e ir além, peguei o cartão de sua mão e teclei eu mesmo o número no orelhão, por distração ou falta de coordenação motora teclei errado, eu havia falado o número e o moço então pegou o telefone da minha mão e me deu uma lição - teclou três vezes mais rápido do que eu, e certo.

Na Biblioteca Municipal trabalha um senhor chamado Carlos (deficiente visual), o famoso Carlão, conhecido de muita gente, ele se desloca rotineiramente por toda a cidade, utiliza transporte público, estuda, bate papo, enfim...

Hoje, entre um capítulo e outro de um obscuro livro de Hegel, resolvi esfriar a cabeça e sair da biblioteca. Fui pro jardim fumar um cigarro e dali, pude avistar de longe o Carlão chegando pra trabalhar, havia descido do ônibus e vinha lá tranqüilo caminhando, quando de repente, um homem muito bem intencionado se ofereceu para ajudá-lo e começou: “direita” “em frente” “esquerda” “não, direita” “em frente, mas cuidado”, “ai, não não ali”. Resultado, ele tropeçou em tudo quanto foi degrau e bateu em quase todos os obstáculos. Sozinho ele faria o caminho tranquilamente.

Lembrei de imediato do comediante e também deficiente visual Geraldo Magela ( "o ceguinho" ): “fala baixo seu burro, que eu sou cego e não surdo!”

segunda-feira, 9 de junho de 2008

A contradição social na música de Marcondes [Falcão] Maia

"Para mim uma coisa é um padre, um menino e um jegue. E outra coisa é um pneu de caminhão"

Nesse simples verso ele desnuda a estrutura social e expõe o cerne de um pensamento libertário e moderno. De um lado, temos três elementos agrupados, respectivamente o padre, o menino e o jegue. Que seriam esses elementos, aparentemente tão díspares, para estarem agrupados? Simples: o padre representa a tradição (clero secular), o menino a família (o fruto de uma relação estável), e o jegue a propriedade (a posse, ainda que modesta). Não escapou à nenhum leitor que chegamos assim à TFP - Tradição, Família e Propriedade, uma sociedade que prega valores conservadores.

Mas o que se opõe a isto?

O pneu de caminhão: a máquina, a modernidade, o progresso, a indústria. Contra o Brasil que anda no lombo de burro, o caminhão!

Por Renato

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A Saga da Imigração

Uma experiência muito boa que tive nesses últimos meses foi estudar a imigração japonesa, graças ao trabalho que realizei para a revista História Viva, que editou três números especiais sobre a saga dos nipônicos.
Apesar de ser sansei, ou seja, da terceira geração, era ainda, para mim, uma história desconhecida. Pesquisei sobre os motivos que fizeram com que os japoneses saissem da terra do sol nascente em busca de trabalho no Brasil, sobre os choques culturais, a difícil adaptação nas lavouras de café e finalmente a conquista da autonomia com a aquisição de terras para cultivar e diversificar suas próprias lavouras, longe dos berros dos fiscais das fazendas.
Quem tiver interesse, já está nas bancas a edição nº 3 (Revista História Viva. Especial Japão 3).

"Eles vinham ocupar as terras inexploradas do país, nas lavouras de café que estavam em expansão no estado de São Paulo. Viajavam em famílias de pelo menos três pessoas aptas ao trabalho (não importando idade ou sexo), de acordo com as exigências firmadas entre os governos brasileiro e japonês. A exigência brasileira era decorrente da experiência anterior do país com os imigrantes italianos, que fugiam das fazendas sem cumprir seus contratos, acreditavam as autoridades, por serem solteiros".

(trecho de "A exploração do trabalho nos cafezais", História Viva. Edição Especial Japão nº 3, pág. 26.).

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Sorry Periferia


Gostaria de indicar a leitura do blog Sorry Periferia: "Um coice com ferradura de pelica" (click na foto)

Tal Marx, tal Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dia 26 de maio de 2008 chegou à mesma conclusão que Karl Marx em 1847. Lula denunciou: "Eu não vi nenhum produto reduzir de preço depois que acabou a CPMF. Parece que não foi passado para o custo do produto o 0,38%. Parece que aumentou o ganho daqueles que pagavam a CPMF. Se alguém souber de um produto que caiu de preço porque os empresários tiraram do preço os 0,38%, me avisa. Me diga, que vai merecer um prêmio". Lula ainda não se conformou com o fato do Senado ter acabado com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira: "Em dezembro do ano passado tivemos uma derrota no Senado da República. Nós, embora tivéssemos maioria, assistimos aos senadores da oposição não deixarem passar a CPMF porque tínhamos lançado um programa chamado PAC da Saúde, onde iríamos investir mais R$ 24 bilhões para melhorar a saúde".

Num manuscrito titulado O salário, de dezembro de 1847 - na verdade, o rascunho das conferências que proferiu na Associação Operária de Bruxelas -, Karl Marx anotou: "A diminuição dos impostos não favorece em nada aos operários; no entanto, seu aumento os prejudica. O que tem de bom o aumento dos impostos nos países desenvolvidos desde o ponto de vista burguês é que arruina os pequenos camponeses e proprietários (artesãos etc.), lançando-os à classe operária".

Portanto, pode haver um lado bom nas manobras realizadas na Câmara para criar um novo tributo, chamado de Contribuição Social para a Saúde (CSS), com alíquota de 0,10%: a proletarização do pequeno e médio empresário, se a história, mais uma vez, der razão ao criador do socialismo científico.

Carlos Pompe, Jornalista e Curioso do mundo para o Oni presente.

domingo, 25 de maio de 2008

José Saramago e Blindness

José Saramago chorou quando terminou de assistir ao filme “Blindness”, baseado em seu romance “Ensaio sobre a cegueira”. Enquanto rolavam os créditos finais, disse que estava tão feliz quanto ao terminar de escrever o livro. O diretor Fernando Meirelles, ao seu lado, sapecou-lhe um beijo na careca.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Inversão de prioridades: nova unidade do SESC de Sorocaba custou o dobro do que custou o campus da UFSCAR na cidade.

Por Alexandre Leite Proença (21.05.08)
O jornal Cruzeiro do Sul de hoje, publica uma matéria sobre a inauguração da nova unidade do Sesc em Sorocaba. Uma informação semelhante já havia sido publicado, no último número da revista Provocare.
Ambas as publicações mostram fotos e as dimensões da nova unidade e também divulgam o valor que será utilizado nesta obra: 30 milhões de reais. Para a população ter idéia destes valores, basta dizer que para a instalação da UFSCAR em Sorocaba, foi gasto até agora cerca de 15 milhões de reais.
Este gasto mostra a total falta de bom senso e de compromisso com a população que mora na periferia de Sorocaba, pois além do gasto absurdo, a referida obra será construída em um dos bairros mais ricos de Sorocaba. Esta região não tem nenhuma necessidade deste tipo de investimento, pois a população que mora em seu entorno tem os recursos financeiros suficientes para resolver suas necessidades culturais via mercado.
Por que em vez desta obra faraônica, não são construídas mais unidades dos diversos bairros de Sorocaba, atendendo desta maneira, a grande maioria da população que não tem condições financeiras para poder desfrutar de uma cultura de melhor qualidade.
Isto demonstra a total inversão de prioridades existente em nossa cidade: os maiores investimentos são realizados nos bairro da burguesia e da classe média alta, e na periferia “o que dá para fazer”, o “resto”, pois onde já se viu fazer um investimento destes para os mais pobres.
Segundo o conceito vigente nos setores mais ricos, isto seria “jogar pérolas aos porcos”.
Nos bairros da periferia são construídas “pistas de caminhadas” desprovidas de maiores investimentos de infra-estrutura e nenhum investimento em profissionais habilitados, para atender a população.
Em nosso bairro localizado na zona oeste da cidade de Sorocaba, é isto que acontece, a “pista de caminhada” não tem nenhuma segurança, sendo que já aconteceram muitos casos de violência e estupros no local. E a prefeitura não coloca guardas municipais para garantir a segurança do local.
E apesar de ser uma das regiões que mais cresce, juntamente com a zona norte, nós não temos nenhuma escola técnica profissionalizante, que ajudaria em muitos os nossos jovens. E bastaria uma pouco mais de bom senso e visão menos mesquinha, destinando uma parte deste gasto faraônico de 30 milhões de reais, para a construção de escolas técnicas aqui na zona oeste, quanto na zona norte de Sorocaba.
O sistema S, age de maneira a inviabilizara o atendimento aos trabalhadores, pois também cobra preços absurdos na mensalidades da maioria das suas unidades de educação.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Único amor é hipocrisia


Danielle, mulher de François Mitterrand, escreveu ao povo francês depois das muitas críticas que recebeu por ter permitido que a amante do marido e a filha dos dois participassem da cerimônia fúnebre.

A carta, como diz o comentário anônimo que circula pela internet, “é um auto-de-fé no amor, na elegância, na generosidade e na lealdade a quem se ama”.

Veja a carta:

“Achar que somos feitos para um único e fiel amor é hipocrisia, conformismo. É preciso admitir docemente que um ser humano é capaz de amar apaixonadamente alguém e depois, com o passar dos anos, amar de forma diferente.

Não somos o centro amorável do mundo do outro. É preciso aceitar, também, outros amores que passam a fazer parte desse amor como mais uma gota d’água que se incorpora ao nosso lago.

É preciso viver sem mesquinhez, sem um sentido pequeno, lamacento, comum aos moralistas, aos caluniadores, aos paranóicos azedos que teimam em sujar tudo.

Espero que as pessoas sejam generosas e amplas para compreender e amar seus parceiros em suas dúvidas, fragilidades, divisões e pequenas paixões.

Isso é amar por inteiro e ter confiança em si mesmo.”

Danielle Mitterrand está com 83 anos.

fonte: blog do Favre

terça-feira, 20 de maio de 2008

E a Luta, Como Vai?

Recentemente tive a oportunidade de publicar, juntamente com o companheiro Lucio Costa, um artigo falando sobre a importância e as dificuldades da luta antimanicomial. (Revista Provocare, nº 12, dezembro de 2007).

Ontem, em razão da comemoração do Dia Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio), o vereador Dr. Antonio Sérgio Ismael (PT) convocou uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Sorocaba, às 19h.

Compuseram a mesa representantes da Prefeitura, do Movimento Nacional, de Hospitais de Sorocaba e de associações em geral. Participaram do debate, também, trabalhadores da rede municipal de saúde mental, estudantes e professores universitários.

Impossível ignorar que houve uma certa polarização no debate. De um lado, pessoas que acreditavam na luta, apesar de todas as dificuldades (incluindo a falta de verba), de outro, os que achavam que estava tudo errado, que primeiro os hospitais precisariam de muita verba para se estruturarem, para depois trabalhar na re-inclusão dos pacientes na sociedade.

As explanações ficaram um pouco restritas a estatísticas, mas felizmente, no debate, o assunto se enriqueceu. A Profª Drª Valéria Lisboa, psicóloga e professora universitária (inclusive minha), lembrou que um detalhe importante era discutir-se o que era normal ou patológico. Contou que nos últimos anos aumentou drasticamente a prescrição de fluoxetina na rede pública; disse que era importante, acima de tudo, levar o debate da humanização para a formação acadêmica dos profissionais da saúde, para que a luta não vire uma simples burocracia.

Lucio Costa, presidente do C. A. de Psicologia da UNIP, perguntou como ficaria a situação dos manicômios judiciários; chegou-se a conclusão, infelizmente, de que o assunto que foge da alçada do Ministério da Saúde, pois este não tem poder nenhum sobre os internos que estão cumprindo pena. Comentou-se que em alguns locais já existem políticas de inclusão para criminosos com psicopatologias, mas isto depende totalmente da posição de cada juiz.

Uma profissional da rede pública lembrou que este não era o momento de discutir quem era a favor ou contra o movimento, pois este já estava instituído; o que tinha que ser debatido agora era quais os próximos passos a dar para que se construam cada vez mais CAPS, como favorecer a inclusão, etc.

A audiência encerrou-se por volta de 22h40, muitas divergências acabaram por ficar no ar devido ao pouco espaço de tempo. Escrevo, então, para colocar as minhas considerações acerca da atual conjuntura do tema.

Uma crítica foi unânime: a falta de verbas. A lei prevê uma série de cuidados para com o portador de transtorno mental que se tornam impossíveis de serem praticados, tanto no contexto hospitalar, quanto no sistema de CAPS, que ainda está sendo implantado.

Acontece que, enquanto os profissionais estão preocupados em debater o tema entre eles, a luta acaba ficando restrita a uma pequena parcela da população. O Plenário da Câmara, que já é pequeno, não chegou a lotar; um grupo de estudantes compôs o público. Sabemos que, sem pressão popular, a política não acontece.

Cabe a nós, então, levar o debate adiante. Precisamos deixar de lado a erudição e a vaidade, e falar de igual pra igual com o pedreiro e a dona de casa. À medida que o assunto toma visibilidade, fica mais fácil cobrar das autoridades, sejam elas municipais, estaduais ou federais.

domingo, 4 de maio de 2008

O Reducionismo e a Estereotipia na Mídia Tradicional

Acaba de passar no jornal da tv mais uma matéria ridícula criticando o sistema de seleção de alunos das universidades particulares.

Requentada é apelido, mas como nunca me pronunciei sobre o assunto aqui no blog, vou comentá-la.

Primeiro eles citam uma universidade como exemplo, no caso foi a UNIGRANRIO. Eles escolheram uma cujo sistema de aprovação é descaradamente ineficaz, mas há implícita uma crítica a vestibulares de universidades particulares em geral. Vestibular é modo de dizer, porque a maioria prefere o termo "processo seletivo".

Para tentar uma vaga na citada universidade, o aluno deve inscrever-se online, realizar a prova via internet na hora que quiser e o resultado vem por e-mail, meia hora depois. É óbvio que todos passam. Sendo assim, a equipe de reportagem, muito inovadora, convidou um grupo de crianças para realizar o teste e, claro, todos foram aprovados. Sim, eles foram superinovadores, afinal de contas, da última vez que uma matéria desse tipo foi veiculada (pelo mesmo jornal!), o "teste" foi feito com um analfabeto, e não com crianças. Muito originais.

Aí deram voz ao reitor da universidade. Ele foi muito enfático ao dizer que não dava o menor valor para os processos de seleção, e que, se dependesse dele, qualquer um poderia de matricular. É claro que sua fala foi cortada neste momento. Provavelmente, se ele pudesse terminar de falar, diria que a dificuldade em se inserir em determinada instituição não é termômetro para avaliar sua qualidade; que há, em toda e qualquer universidade, um processo de "seleção natural", assim como no mercado de trabalho, portanto, o fato de não haver um instrumento de seleção rígido não contribuía negativamente para a sociedade.

Mas não. A imagem que fica desta universidade (e de todas as outras onde todos são aprovados) é a de descompromisso com o ensino.

Não escrevo para defender universidades particulares, afinal, num sistema educacional ideal, todos teriam acesso gratuito do berçário ao doutorado, mas critico a mensagem subliminar de que o profissional formado pela particular é inferior ao da pública. Nada mais elitista, preconceituoso e medíocre.

Infelizmente, nada mais condizente com o atual contexto social. Numa sociedade onde é mais fácil ler um rótulo do que refletir, as pessoas que não entram numa universidade pública muitas vezes optam por perder anos das suas vidas em cursinhos ao invés de ingressar numa particular e se empenhar em ser um bom profissional. Muitos dos que têm condições de entrar numa pública (geralmente oriundos de colégios caros), aproveitam seus anos acadêmicos para cometer todo tipo de humilhação aos que não tiveram esta oportunidade, ao invés de usarem seus conhecimentos para o bem da população.

Os que entram em particulares, além do esforço natural para concluir o curso e se inserir no mercado de trabalho, têm sua auto-estima atacada a todo momento, e não raro precisam "provar" que podem ser tão competentes quanto os da pública.

Tudo isso chega a ser óbvio, mas a cada dia me certifico de que, pelo menos aqui, no capitalismo selvagem, universidade é troféu. O indivíduo passa a vida escolar se preparando, decorando tabela periódica, datas históricas e fórmulas matemáticas, ignorando outros aprendizados talvez mais importantes para sua vida, como noções de cidadania, convívio social e respeito ao próximo, para no final pegar seu prêmio: um diploma com o timbre de uma instituição de peso para emoldurar e pendurar na sua sala. Diploma esse que vai justificar qualquer ato que a pessoa venha a realizar profissionalmente, ainda que não traga benefício nenhum à humanidade.

Revista Provocare, número de Maio

A Revista Provocare acabou de sair da gráfica.

Editada pela jornalista votorantinense Luciana Lopez é um dos poucos veículos alternativos da cidade.

Mas como sempre o número é limitado, corram aos pontos de distribuição antes que acabe.
Entre os destaques, estão os textos sobre Banco de Alimentos de Sorocaba, enchentes do Rio Sorocaba, o artigo sobre Personagens do Terminal, um trecho histórico sobre a escravidão em Sorocaba, entrevista com gerente do SESC/SP, Danilo de Miranda, homenagem ao ator Paulo Autran, contos, poesias, entre outros. A capa aborda a questão da diversidade sexual.
A PROVOCARE é distribuída gratuitamente nos seguintes locais:
Sorocaba: Banca Campolim – Av. Antonio Carlos Cômitre, 672 / Revistaria Sorocaba - Shopping Sorocaba / SESC Sorocaba – Av. Washinton Luís, 446 / Padaria Buon Giorno – Rua Afonso Pedrazzi, 195 – Trujilo / Padaria Real – Rua da Penha, 1373 / Padaria Sabina – Rua Pereira da Silva, 1400 – Santa Rosália / Bar Depois – Cônego Januário Barbosa, 123 - Costela & Cia - Rua Fernando Silva, 38 - Jd Bandeirantes e Av. Barão de Tatuí, 1387 - Jd. Vergueiro / Mandala Bar - Rua Visconde de Taunay, 60 – Cerrado / Yoshis Restaurante – Rua Júlio Marcondes Guimarães, 189 – Campolim /Villa Moreno - Av. Domingos Júlio, 755 - Campolim / Transamérica Flat The First – Av. Prof. Izoraida Marques Peres, 193 – Campolim / Grand Hotel Royal – Av. Álvaro Soares, 451 / Grupo Imagem e Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região – Rua Júlio Hanser, 140 Votorantim: Banca Central – Av. 31 de março, ao lado da Prefeitura de Votorantim - Centro / Biblioteca Municipal - Boulevard Antônio Festa, 59 - Centro / Aquário Cultura – Av. Moacir Oséias Guitte, 41 - Centro / Auditório Municipal "Francisco Beranger" - em frente ao terminal de ônibus - Centro

sábado, 3 de maio de 2008

Felicidade sexual assegurada por lei

Constituinte equatoriana quer 'felicidade sexual' garantida por lei

Uma deputada constituinte governista no Equador propôs que o direito das mulheres à felicidade sexual seja garantido pela lei do país.

Maria Soledad Vela, que faz parte da Assembléia que está reescrevendo a Constituição do país, alega que as mulheres são tradicionalmente vistas apenas como objetos sexuais ou como reprodutoras.

Agora, segundo ela, as mulheres deveriam ter o direito de tomar decisões “livres, responsáveis e informadas” sobre suas vidas sexuais.

O objetivo expresso da Assembléia Constituinte é, entre outras coisas, tentar garantir uma melhor distribuição de renda e direitos para as comunidades indígenas e para os pobres.

Para Soledad Vela, as mulheres não deveriam ser deixadas de lado nesta lista.

Mas suas propostas provocaram uma intensa resposta – em sua maioria, sem surpresas, dos homens.

O deputado constituinte de oposição Leonardo Viteri acusou-a de tentar decretar “orgasmo por lei”.

Soledad Vela respondeu às críticas dizendo que nunca pediu o direito ao orgasmo, mas somente o direito de “desfrutar do sexo em uma sociedade mais livre, justa e aberta”.

BBC-Brasil

Companheira Maria Soledad:

Pode contar com nossa solidariedade e apoio irrestrito.

De nossa parte, nós, homens da esquerda latino-americana, de todos os matizes, buscaremos garantir a felicidade sexual de nossas camaradas.

Pedimos apenas um pouco de colaboração. E expectativas mais realistas.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Soracaba na História mundial

Em 1 de Maio de 1910 a cidade recebia de um homem que ajudaria a definir o destino das ideologias na Europa, Alceste De Abris.
Alceste De Ambris* foi dirigente da União Sindical Italiana e esteve no Brasil entre 1910 e 1911, fugindo da repressão em seu país.
Viajou pelo estado de São Paulo realizando palestras para os operários, estando em Campinas em Abril de 1910 e em Sorocaba no 1o de Maio do mesmo ano. Ao voltar para a Itália é eleito deputado em 1913.
Porém, durante a 1ª Guerra Mundial De Ambris teria se convertido ao nacionalismo e se tornado grande amigo e companheiro de Gabrielle de D`Annunzio, poeta e romancista, francês de nascimento e considerado o precursor do fascismo na Itália.
E em 1918 D`Annunzio era um comandante militar italiano e tomou com um exército de 2 mil voluntário a cidade de Fiume (hoje Rijeka na Croácia) aos franceses, na expectativa que a Itália a anexasse.
O governo Italiano não só recusou-se anexar a cidade como também atacou o pequeno exército que resistiu. D`Annunzio decide então criar o Estado autônomo de Fiume, fazendo de si “Duce” (ditador) e declarando guerra às potências.
A experiência foi efêmera mas D`Annunzio convidou Alceste De Ambris para redigir a constituição do novo Estado, esta peça seria a precursora da ideologia do fascismo, tendo grande influência sobre Mussolini.
*Infelizmente as fontes mais confiáveis que encontrei foram do Wikipédia sobre Gabriele D`Annunzio e sobre Alceste De Ambris. Sobre a presença de Alceste De Ambris em Sorocaba ver jornal O Operário (1909-1914)

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Estão lembrados do Fusca 51? Eis a Bróboleta 80'.




Do Jornal "O Dia"

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Última edição do Provocare FM

Entrevista com Fernandinho do bar Depois (26/10/2007)

Depois de exatos dois anos no ar pela Rádio Cruzeiro FM, o Programa PROVOCARE FM interrompe suas exibições hoje.
A estréia foi em 29 de abril de 2006, com a apresentação da Doutora em Comunicação, Míriam Cris Carlos, direção do jornalista Werinton Kermes, produção de Maíra Fernandes - que hoje é repórter do Jornal Cruzeiro do Sul, reportagens de Luciana Lopez, que posteriormente assumiu a produção do programa, trabalharam também Jarbas Santos, Laurentino Rodrigues e Edvaldo Pereira, na área técnica.
Nesse período, o PROVOCARE FM conquistou três prêmios jornalísticos. O último PROVOCARE FM vai ao ar pela Rádio Cruzeiro FM (92,3 Mhz) e pelo site http://www.cruzeirofm.com.br/ hoje (sexta-feira – 24 de Abril), às 13h, e será reprisado na terça-feira, dia 29, às 23h.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Uma blogueira socialista no governo espanhol


Anota aí. Tem 31 anos, blog, canal no YouTube, conta no Flickr e perfil no Twitter. Bibiana Aído é Ministra da Igualdade, do governo de José Luis Zapatero. Na Espanha, é conhecida como a ministra 2.0 e conta com um grande respaldo da blogosfera local.

Conforme comentei em outro post, mais cedo ou tarde, esse perfil de político que tem um conhecimento mais prático da rede vai aparecer, principalmente na hora em que essa geração que está crescendo junto com a web chegar aos centros de decisão.

Resta saber se essa postura de utilizar ferramentas de redes sociais será um diferencial daqui a alguns anos. Bem provável que não.

O que vale destacar no caso da ministra espanhola é que, pelo visto, o seu blog é atualizado por ela mesma e não por sua assessoria. Ela responde até a alguns comentários. E o mais importante - está utilizando essas ferramentas enquanto está no poder.

Pois, cá entre nós, são coisas diferentes. Um negócio é você usar essas plataformas de redes sociais enquanto está no poder.

Outra coisa é utilizar durante a campanha, como vem fazendo o Barack Obama e diversos outros candidatos para alcançar eleitorado.

A grande evolução mesmo é ser “social” no poder e não somente durante campanhas.

fonte: Tiago Dória

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A quem possa interessar...

Este ano a Virada Cultural de São Paulo acontece dias 26 e 27 de abril. Resolvi escrever aqui alguns toques pra quem pretende ir até Sampa curtir a festa. Leiam com atenção, pois tratam-se de lições aprendidas por quem já se ferrou muito nesse evento.

- Monte sua programação com antecedência.
Ela já está disponível aqui. Nada mais chato do que pegar a programação na hora, não ter tempo de ler direito e deixar passar o show daquela banda que você adora.

- Ao se programar, leve em consideração a distância entre os locais.
Essa é outra dica meio babaca, mas ainda tem gente que acha que vai se locomover da Av. Paulista ao CEU Rosa da China em 5 minutos.

- Fuja do pop.
Não é preconceito. O fato é que pra assistir a um show de um artista muito conhecido, você precisa chegar ao local com horas de antecedência pra conseguir um lugar legal, se submeter a empurrões, baforadas de maconha, vomitadas, bêbados caindo sobre você, e todas as desvantagens de um lugar entupido de gente. Em 2006, foi assim no show do Cordel do Fogo Encantado, e em 2007, no Nação Zumbi. Cheguei em cima da hora, e a metros de distância do palco, mal ouvindo a música, ainda sofria com o empurra-empurra. Não cheguei a ver quase nada dos shows.

- Chegue com antecedência em locais com número limitado de pessoas.
Você corre o risco de ficar pra fora. Ano passado, no show da Central Scrutinizer Band, no Municipal, cheguei com 2h de antecedência e ainda assim peguei um lugar ruim.

- Aos bêbados, drogados e adolescentes em fase de auto-afirmação:
Saiba o seu limite. Se você beber/fumar/cheirar demais, além de perder o evento e correr risco de vida, pode atrapalhar a festa de gente que não tem nada a ver com isso. Não vomite na grama, porque ela pode ser a cama de alguém. Existem também banheiros químicos, pra que o centro de São Paulo não vire uma piscina de mijo às 6 da manhã. Deixe pra despirocar num final de semana comum.

- Cuidado com os pertences.
Leve só RG ou CNH na carteira. Dinheiro, sempre espalhado pelos bolsos/sapatos; evite andar com talão de cheques e cartões de crédito, você não vai usar. Acreditem, não é nada legal perder horas da virada sustando cartões no banco. Passei por isso em 2006.

- A gente quer comida, diversão e arte.
Se você vai com bolsa ou mochila, aproveite e leve alguma coisa tipo maçã, barra de cereal, frango com farofa... quanto menos você precisar parar pra comer em padarias ou lanchonetes, melhor. Ainda são poucas as que funcionam 24 horas, e elas costumam ficar abarrotadas de gente durante a madrugada. Já quanto as bebidas, não há porque se preocupar: em todo canto tem um ambulante vendendo de água a energético, e eles não costumam explorar no preço.

- Seja cara-de-pau...
... e faça contato com aquele amigo de São Paulo, pra que você tenha um lugar pra dormir se o cansaço apertar. Caso você não tenha ninguém, a grama do Anhangabaú, perto do palco de dança, é bem confortável.

- Observe os SEUS horários.
Pode não ser uma boa ver um filme iraniano às 9h, se você está acostumado a acordar tarde. Deixe as atividades mais "cabeça" pros horários que você acha que vai estar mais ativo.

- Esteja aberto.
O legal da virada é observar a mistura: de gente, de cores, de estilos, de sons... Quando tiver um buraco na programação, aproveite pra ver algo que você nunca viu: um show de rap, uma dança indígena... você pode se surpreender.

- Use roupas confortáveis.
Leve em consideração o tempo maluco de São Paulo, pra você não passar frio nem calor. Não pense que vai arrasar no visual descolado, porque na virada cultural, todo mundo é descolado. Ano passado, meu amigo foi sem sobrancelhas e nem chamou a atenção. Se quiser atrair olhares, vá de jeans, hering branca e um tênis que não seja all-star. Aí sim, as pessoas vão te olhar como se você fosse um alien.

- Não se sinta mal se não tiver companhia.
Já fui à Virada sozinha e acompanhada, e as duas experiências foram muito legais. Sozinha você tem mais autonomia pra fugir de uma atração que não tá gostando, ou desistir daquela outra porque tá com preguiça de andar até lá.

- Aproveite!!!
É só uma vez por ano...

quarta-feira, 26 de março de 2008

Ponto Para os Direitos Humanos!

Produtora da música 'Um Tapinha Não Dói' é multada

A Justiça Federal de Porto Alegre condenou a empresa Furacão 2000 Produções Artísticas ao pagamento de multa de R$ 500 mil pelo lançamento da música "Um Tapinha Não Dói", por entender que a letra banaliza a violência e estimula a sociedade a inferiorizar a mulher.

A decisão foi tomada pelo juiz federal substituto Adriano Vitalino dos Santos, da 7ª Vara Federal, e pode ser contestada em instâncias superiores.

A ação foi movida há sete anos pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela organização não-governamental (ONG) Themis Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero, que alegaram que a letra justifica a violência masculina a partir do comportamento sexual da mulher.

A ONG e o MPF sustentaram ainda que a liberdade de expressão não é direito absoluto e tem limitações reconhecidas pela Constituição em face do princípio da dignidade.

O juiz entendeu que houve dano moral difuso à mulher e estabeleceu a multa, que deverá ser revertida ao Fundo Federal de Defesa dos Direitos.

domingo, 23 de março de 2008


“Dizem violentas, as águas do rio, mas não dizem violentas, as margens que o comprimem”. Bertold Brecht

terça-feira, 11 de março de 2008

Congestionamento & Literatura


Segundo divulgado pelo portal IG, o índice de congestionamento na cidade de São Paulo bateu mais um recorde durante as manhãs no ano.

Às 9h desta terça-feira, o congestionamento chegou a 186 quilômetros, segundo boletim da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

"Índice de congestionamento"? Essa eu ainda não conhecia.

Acredito que o destino de toda grande cidade - inclusive bacaroço -, é sofrer um colapso final, durante um mega-congestionamento, que deverá ocorrer em escala planetária e levará à extinção da humanidade.

Restarão, talvez, alguns sobreviventes, nos túneis do metrô. Por pouco tempo.

Enquanto o amargedon não chega, e as filas de carros e ônibus são cada vez maiores, sugiro aos motoristas - e passageiros de ônibus -, que sempre carreguem consigo algum livro, relativamente volumoso. É a única saída nessas horas.

Uma sugestão em particular: o conto A auto-estrada do sul, publicado no livro Todos os fogo o fogo, de Júlio Cortázar.

Foi o primeiro relato ficcional a tratar de um congestionamento, de forma ao mesmo tempo leve e sufocante. O leitor sente-se, literalmente, num congestionamento.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Erro de português brasileiro

Um amigo sindicalista me disse, certa vez, que no início de sua militância, junto com outros companheiros, escreveu um manifesto sobre determinada eleição. Contrariada, uma certa ex-deputada tentou desqualificá-lo com base em supostos erros de grafia ou concordância.

Essa postura autoritária e preconceituosa se manifesta mesmo nos setores mais progressistas da sociedade. A tal ex-deputada era, ou se considerava, de esquerda.

Mencionei essa situação para fazer uma sugestão de leitura, ainda que tardia. Na edição de fevereiro da revista Caros Amigos, o lingüista Marcos Bagno esclarece de forma bastante clara e fundamentada como muitos erros que cometemos no dia a dia são naturais e mesmo a origem da própria língua portuguesa.

Ele também diz que nós falamos uma língua que pode ser considerada uma variante do português tradicional – o português brasileiro.

Entre outras construções próprias do “português brasileiro” está a recusa da mesóclise (início do verbo + pronome + terminação verbal):
...observar-me-ia...
e a preferência nacional pela próclise (pronome + verbo)
... me observou ...
ao invés da ênclise (verbo + pronome)
...observou-me...

Alguns escritores contemporâneos, como Rubem Fonseca, já incorporaram essas construções próprias do “português brasileiro”. E também, já há várias décadas, o genial Oswald de Andrade, num poema antológico:

pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Um em cada 100 americanos está preso

Foi divulgado hoje que, segundo relatório do Pew Center, pela primeira vez na história dos Estados Unidos, mais de um em cada 100 adultos americanos está preso.

Por todo o país, a população dentro das prisões cresceu em 25 mil no ano passado, criando um total de 1.6 milhão. Outras 723 mil pessoas estão em cadeias locais. O número de adultos americanos é de cerca de 230 milhões, ou seja, um em cada 99.1 adultos está preso.

Os índices de prisão são ainda maiores para alguns grupos. Um em cada 36 hispânicos adultos está atrás das grades, de acordo com números do departamento de Justiça de 2006. Um em cada 15 adultos
negros também está preso, assim como um em cada nove negros entre 20 e 34 anos.

Além de revelar o caráter injusto do sistema penal norte-americano, esses números apontam um outro grave problema. Apesar das prisões em massa, a violência continua crescendo e custo de se manter tantas pessoas presas está colocando em risco as finanças de vários governos estaduais.

Há mesmo o temor de que nos próximos anos simplesmente alguns estados não consigam suportar mais o custo das prisões.

E então, o que fazer? Soltar os presos? Deixar de preder criminosos?

Ou tentar, desde já, substituir a pena para alguns delitos menos graves por penas pecuniárias ou prestação de serviços à comunidade, associada à restrição de direitos.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008


Nunca este blog serviu para divulgar qualquer tipo de produto ou serviço. E assim será.

Se divulgo os cursos do CCEP é por conhecer seu idealizador, o companheiro Tavares.

Uma das pessoas que mais respeito, que conta com a minha mais profunda admiração. Foi um dos fundadores do PT em Sorocaba e integrou a resistência clandestina à ditadura militar.

Hoje, depois do sucesso profissional, dedica-se a organizar cursos profissionalizantes, para jovens de poucos recursos, na Zona Norte de Sorocaba.

Para os interessados, vale a pena.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

A Utopia da Portelinha

Aguinaldo Silva, autor da novela Duas Caras, apresenta aos brasileiros sua utopia direitista: a favela da Portelinha.

Uma favela, no Rio de Janeiro, sem traficantes, cheia de gente bonita, despolitizada, liderada por um caudilho, também incrivelmente despolitizado.

Nesse lugar abençoado por Deus ainda há Evilásio, que, tudo indica, libertará a Portelinha da semi-opressão de Juvenal Antena.

Garoto pobre, conseguiu uma namorada branca e rica, sinal incontestável de sucesso.

Tudo dentro do script, o garoto tinha que ser vítima de preconceito por parte dos pais da moça, certo?

Ok, mas sem exageros. No passado ele seria um "negro analfabeto", mas, como a rede globo agora é super-politicamente-correta, Evilásio é um "afro-descendente semi-alfabetizado".

Isso mesmo: Afro-descendente semi-alfabetizado. Vai ganhar o Oscar de tucanismo do ano.

E o garoto já virou político. Conseguiu um emprego público por indicação de um deputado e mostrou que é eficientíssimo: no último capítulo, arrumou vagas numa escola para uma família e conseguiu uma cadeira de rodas para outra.

Resultado: foi convidado para ser candidato a vereador!

A vênus platinada indica seu modelo de parlamentar: apesar da roupagem modernosa, é clientelista, não colabora na organização popular e, embora de origem humildades, é ungido pelos de cima.

Chega! Quero ver o MST na Portelinha!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

A criação da xoxota


Mario Quintana


Sete bons homens de fino saber
Criaram a xoxota, como pode se ver:

Chegando na frente, veio um açougueiro.
Com faca afiada deu talho certeiro

Um bom marceneiro, com dedicação.
Fez furo no centro com malho e formão

Em terceiro o alfaiate, capaz e moderno.
Forrou com veludo o lado interno

Um bom caçador, chegando na hora.
Forrou com raposa, a parte de fora.

Em quinto chegou, sagaz pescador.
Esfregando um peixe, deu-lhe o odor.

Em sexto, o bom padre da igreja daqui.
Benzeu-a dizendo: "É só pra xixi!".

Por fim o marujo, zarolho e perneta.
Chupou-a, fodeu-a e chamou-a...
Buceta!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Dra. Press

O ator Heath Ledger (o cowboy gay de 'O Segredo de Brokeback Mountain') morreu ha alguns dias após tomar um grande número de remédios analgésicos e antidepressívos, agora saiu o laudo médico mas, segundo a imprensa, não foi suicídio, foi intoxicação. Ele tomou cinco tipos de remédios que normalmente não são receitados em conjunto: oxicodona, hidrocona, diazepam, temazepam, alprazolan e doxilamina.

Segundo o Cruzeiro do Sul não foi overdose, foi "intoxicação por remédios".

Isso mesmo, não foi suicídio, ele apenas se matou!

A imprensa agora além de receitar vaciana contra a febre amarela para população de São Paulo, está fazendo laudo médico.
Filinha para o hamburguer no Iraque

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Meu Paraíso

"Sempre imaginei que o Paraíso fosse uma espécie de livraria."

Jorge Luis Borges


de um anúncio veiculado pela livraria Cultura

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

"Pogresso, pogresso..."

Bois comem grama, este foi o título de uma matéria do jornal Cruzeiro do Sul do último dia 18 de Janeiro, quando animais invadiram a pista de caminhada do bairro.
Sim, bois comem grama! só que a grama em questão é aquela, também chamada de "grana" ou esmeralda, e que a prefeitura vem plantando pela cidade toda, substituino as árvores de praças, canteiros e demais áreas públicas, logo não haverá mais árvores em Sorocaba, só grama e aos poucos a cidade vai se assemelhando a um grande campo de golfe, vai ver foi isso que encantou os organizadores da Copa Davis.

Mas como eu não gosto muito de golfe eu tenho uma idéia para dar utilidade a toda essa grama: já que ela não nos fornece sombra como as milhares de árvores que já foram cortadas, poderíamos pelo menos aproveitá-la como pasto e quem sabe Sorocaba volte a ser uma grande exportadora de mulas.
Dizem que a política de meio ambiente de Sorocaba é admirada por outros municípios do Estado, a esta afirmativa eu responderia: gostou? Pega pra você! e assim seriamos um grande exportador de tucanos também.
Na revitalização do Terminal Santo Antônio a prefeitura cortou a paineira centenária que havia no canteiro e plantou grama esmeralda no lugar, a paineira era um dos cartões postais da cidade (foto copiada do blog http://www.fazendoparte.blogspot.com/)

Sorocaba progride!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Meu pedido foi atendido pela Urbes

Em Agosto de 2007 eu escrevi uma matéria na Revista Provocare abordando o transporte público na cidade. Havia sugerido que Sorocaba adotasse a tarifa de R$ 1,00 aos Domingos como forma de incentivar que as pessoas participassem de atividades culturais no município, como faz Curitiba. Com a tarifa atual o munícipe paga R$ 4,50 para ir a um teatro ou cinema, se for de ônibus.

Na verdade o interesse do município é econômico, aos domingos o sistema de transporte opera muito abaixo de sua capacidade. A redução da tarifa aumenta a circulação de pessoas e, mesmo com uma tarifa menor, a arrecadação ainda é maior.

Leia a matéria na Revista Provocare, n11

sábado, 26 de janeiro de 2008

Carta do Senhor Jesus aos Sorocabanos

Irmãs e Irmãos sorocabanos,

Vocês bem sabem que durante minha passagem terrena nunca tive a pretensão de acumular bens materiais ou dedicar-me a especulação imobiliária, sequer tive uma propriedade privada.
Agradeço de coração a doação feita por vocês, mas, entre outros motivos, com o novo aumento do IPTU fica inviável para eu residir em Sorocaba. Por isso desde já quero fazer a reintegração de posse a vocês, cidadãos sorocabanos. Reclamações ou pedidos para uma ajudinha na hora de pagar o carnê, favor ir ao 6° andar do Paço ou procurar qualquer vereador da base governista.
Saudações cristãs e que Deus os ajude

Postado por Danilo Calderon no blog Bah! Caroço em 23/01/2007 (veja aqui)

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Fascículo 7 da Coleção A história em cima dos fatos

Já está nas bancas o fascículo 7 - da coleção especial sobre ditadura militar - da editora Casa Amarela. Há uma reportagem minha sobre Alexandre Vannucchi Leme e Adriano Diogo, ambos da ALN e colegas do curso de geologia da USP.
Alexandre, sorocabano, foi torturado pela repressão e morreu numa cela do DOI-CODI, no dia 17 de março de 1973. Data em que Adriano, conhecido por MUG, foi preso. Nascido na Mooca, em São Paulo, Adriano também sofreu torturas e passou mais de um ano na prisão. Atualmente é deputado estadual pelo PT.

Ferik

domingo, 20 de janeiro de 2008

Moral ou Ética?


Lá pelos meus 15 anos, no curso técnico, tive aula de Ética e Cidadania com uma professora incrível chamada Renata Leocádia. Lembro-me com clareza de um dia em que ela abordou a diferença entre moral e ética. Não sei quais foram as fontes de estudo que a levaram a esta conclusão, tampouco se é a definição considerada oficial (já ouvi controvérsias), mas dentro de um assunto tão abstrato fica difícil achar um padrão universal. Sendo assim, adotei sua definição como correta porque pra mim faz muito sentido.

Ela definiu moral como um conjunto de valores de determinado grupo; já á ética seria uma conduta considerada correta universalmente. Por exemplo, dentro de uma família conservadora norte-americana dos anos 70, uma moça não deveria fazer sexo antes do casamento. Entretanto, em meio a um grupo de hippies do mesmo país e da mesma década, esta restrição não faria sentido. Isto são valores morais. Um exemplo de valor ético seria posicionar-se contra a escravidão ou a violência. Escravidão é escravidão em qualquer lugar do mundo, em qualquer cultura. Dizer que não é contra o trabalho escravo infantil do Nordeste brasileiro porque isto é costume de lá, não é respeitar as barreiras culturais, é omitir-se diante de uma questão ética.

Onde eu quero chegar com tudo isso?

A Anistia Internacional Sueca está promovendo uma campanha de conscientização contra a mutilação genital feminina, aquela operação bizarra que é costume em alguns países da África, onde a pré-adolescente é levada por alguém da família a um lugar sem a mínima condição de higiene e tem seu clitóris arrancado por uma lâmina enferrujada; em seguida sua vagina é costurada. Num lugar onde as mulheres são vendidas pelos pais, é uma intervenção vista por eles como vantajosa, pois valoriza a "mercadoria": além da moça ficar mais "apertada", ela não corre o risco de fugir com outro homem, porque sua capacidade de sentir prazer sexual praticamente foi embora com o clitóris.

Questão 1 - É problema da Suécia?

Sim. Com o aumento de imigrantes africanos no país (onde a intervenção é proibida), cirurgias ilegais se tornam um problema para a saúde pública. Além disso, há famílias que mandam as meninas nas férias para os países de origem, apenas para realizar a mutilação.

Questão 2 - É problema seu?

Sim. Aí vem a parte de não se omitir em questões éticas. Violência, machismo e mercantilização do corpo humano são condenáveis em qualquer meio. Usar o "respeito às barreiras culturais" para justificar tal atrocidade é a maneira mais covarde de dizer "tanto faz".

Epitáfio de Benjamin Franklin

Benjamin Franklin (Boston, 17 de Janeiro de 1706 — Filadélfia, 17 de Abril de 1790) foi jornalista, editor, autor, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista, diplomata, inventor e também foi um dos líderes da Revolução Americana.

Amante dos livros, compôs para si mesmo um epitáfio, que acabou não sendo usado:

O Corpo de
B. Franklin, Impressor,
Tal como a capa de um velho Livro,
Seu Conteúdo arrancado,
E despido de suas Letras e Dourados,
Jaz aqui, Alimento para os Vermer.
Mas a Obra não se perderá;
Pois irá, como ele acreditava,
Aparecer outra vez,
Em nova e mais elegante Edição
Corrigida e melhorada
Pelo Autor

domingo, 13 de janeiro de 2008

Quem disse que piada perde a graça com o tempo?

"O Janota"

"Um janota foi a uma livraria comprar um diccionario ele procurava a palavra Kagado na letra C. O livreiro que estava ao lado disse:
- O senhor esta equivocado. E’ na letra K e não na letra C que procura a palavra Kagado.
Janota: - Mas, como é que posso saber isso? De que serve um Diccionario sem indice?"
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Uma piada tirada do Almanach Ilustrado de Sorocaba: repositorio historico, literario e recreativo, com illustrações (1914). A grafia do nome dado ao réptil da família dos quelônios era feita com a letra K nessa época.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Manual da Boa Moça (burra e submissa) - Parte I

É impressionante. Eu fico dias sem entrar na internet, e quando entro na minha caixa de e-mail, dou de cara com isso:
Fulana de Tal* - (Sem Assunto)
*Nome trocado para preservar a identidade da amiga.
N. da A. - sem assunto é um ótimo tema para esse e-mail.
(meus comentários em vermelho)
COISAS QUE SÓ UMA MULHER CONSEGUE:
1 - Fingir naturalidade durante um exame ginecológico.
Ah, sim. Tem um cara enfiando um cano na sua b*****, abrindo com uma manivela e espetando uma agulha no seu útero, mas a boa moça deve fingir naturalidade; afinal, a vagina é o órgão sagrado da reprodução, dane-se que é uma área hipersensível e particular do ser humano. É patrimônio do mundo, portanto, quem reclama ou faz caretas durante o exame é uma fêmea que ainda não reconheceu seu lugar na sociedade.
2 - Usar o poder de uma calça jeans para rediagramar a estrutura do corpo.
Mulher que se preze precisa conhecer essas táticas de rediagramação física. O jeans, diferentemente do caso dos machos que o utilizam por ser uma peça prática, que não precisa passar nem lavar todos os dias, deve ser usado pelas fêmeas para agradar o sexo oposto, ainda que seja desconfortável ou quente (quem já tentou usar jeans justo no verão sorocabano?). O importante é o bumbum empinadinho.
3 - Ter crise conjugal, crise existencial, crise de identidade crise de nervos!
Mulher tem vários tipos de crise, nisso eu concordo. Mas homem não. Homem não chora, não se pergunta sobre a vida, sobre as relações, etc. Homem que procura terapia é bicha. Todo o sofrimento humano foi canalizado por Deus para a mulher. (Eu achei que tínhamos passado da Idade Média!!!)
4 - Ser mãe solteira, mãe casada, mãe separada, mãe do marido.
Eu não sou mãe e nem pretendo (pelo menos por enquanto). Logo, não sou mulher. Fêmeas nascem para reproduzir e lavar roupa.
5 - Lavar a calcinha no chuveiro. E depois pendurá-la na torneira, para horror do sexo masculino.
Sem comentários.
6 - Rasgar a meia na entrada da festa.
Só uma mulher consegue rasgar a meia na entrada da festa. Será que é porque só mulher usa meia-calça?
7 - Sentir-se pronta para conquistar o mundo, quando está usando um batom novo!
Claro, a auto-estima depende da marca do seu batom.
8 - Chorar no banheiro, e ficar se olhando no espelho para ver qual melhor ângulo.
Essa eu não entendi. A pessoa fica procurando o melhor ângulo chorando no banheiro? Caramba, isso nunca me passou pela cabeça, será que eu não sou mulher? Vou verificar na minha certidão de nascimento, pera aí...
9 - Achar que o seu relacionamento acabou, e depois descobrir que era tudo tensão pré-menstrual. (Esta é perfeita!!!!)
???
10 - Nunca saber se é para dividir a conta, ou se é para ficar meiguinha.
Isso é algo sobre o qual o casal deve entrar num acordo. Eu trabalho, me esforço, estudo e pretendo continuar estudando muito para manter minha carreira, portanto acho justo dividir; acontece que algumas mulheres não concordam, afinal, elas fingiram naturalidade no exame ginecológico, vestiram um jeans apertado para agradar ao macho-alfa, compraram batom novo para aumentar a auto-estima e até procuraram o melhor ângulo para chorar! Agora o macho dominante tem que pelo menos pagar a conta, né?
11 - Dizer não, para ele insistir bastante, e aí ter que dizer sim!
Simplesmente porque boas moças só assumem que querem fazer sexo depois de muita insistência de seu homem. Mulheres honradas não sentem tesão.

Manual da Boa Moça (burra e submissa) - Parte II

SÓ AS MULHERES ENTENDEM:

1 - Por que é bom ter cinco pares de sapatos pretos.

Eu tenho quatro, contando os de verão e de inverno. (uma sandália rasteira, uma de salto, uma bota de salto comum e uma plataforma, que já saiu de moda). Ih, vou conferir de novo o campo "sexo" da minha certidão de nascimento.

2 - A diferença entre creme, marfim, e bege claro.

Tem diferença?

3 - Achar o homem ideal é difícil, mas achar um bom cabeleireiro é praticamente impossível.

Até porque a exigência da mulher deve ser muito maior sobre seu cabelo - que serve para atrair machos-alfa, do que sobre a qualidade das suas relações. Uma boa moça deve se contentar com o que vier, o que não pode é ficar solteira!

Manual da Boa Moça (burra e submissa) - Parte III e Conclusão

ORAÇÃO DAS MULHERES:
"Querido Deus, Até agora o meu dia foi bom: não fiz fofoca, não perdi a paciência, não fui gananciosa, sarcástica, rabugenta, chata e nem irônica. Controlei minha TPM, não reclamei, não praguejei, não gritei, nem tive ataques de ciúmes. Não comi chocolate. Também não fiz débitos em meu cartão de crédito (nem do meu marido) e nem dei cheques pré-datados. Mas peço a sua proteção, Senhor, pois estou para levantar da cama a qualquer momento... Amém!"
Concluindo: mulheres são fofoqueiras, impacientes, gananciosas, sarcásticas, rabugentas, chatas, irônicas, reclamonas, estressadas, histéricas, ciumentas, comedoras de chocolate e sem noção de economia.
Enquanto e-mails como estes forem repassados (por mulheres!!!) com naturalidade e bom humor, vai ser difícil evitar que uma mulher apanhe do marido sem considerá-lo normal, afinal, somos seres inferiores à serviço do gênero dominante, não é?!?
Eu me recuso a ter meu gênero negado por não saber a diferença entre três tonalidades da mesma cor ou não depender de maquiagem para ter auto-confiança. São essas definições burras e estereotipadas que alimentam a misoginia, o preconceito, a discriminação; e que contribuem para que regridamos cada vez mais nas conquistas feministas.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Relatórios de Graciliano Ramos

Em 1927 Graciliano Ramos foi eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, em Alagoas, cargo ao qual renunciou em 1930. Nos dois anos de mandato, enviou dois relatórios de prestação de contas ao governador do Estado.

Os relatórios chegaram as mãos de Augusto Frederico Schmidt, que identificou neles o talento do escritor. Foi atrás de Graciliano Ramos e perguntou se não teria um original guardado. Recebeu Caetés, que foi publicado um ano depois, dando início à carreira de um dos maiores ficcionistas brasileiros.

Recentemente, os “relatórios” de Graciliano Ramos foram publicados, em edição de bolso, pela revista Entre Livros, com prefácio de Ricardo Filho, neto do velho Graça.

O texto é delicioso, sendo impossível conceber que algo do tipo pudesse ser encontrado nos meandros da burocracia pública nos dias de hoje. Por exemplo, ao discorrer sobre os gastos com energia elétrica:

“A iluminação da cidade me custou 8:921$800. Se é muito, a culpa não é minha: é de quem fez o contrato com a empresa fornecedora de luz.”

A respeito dos gastos com telegramas:

“Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável. Não há vereda aberta pelos matutos, forçados pelos inspetores, que prefeitura do interior não ponha no arame, proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha – um telegrama; porque se deitou uma pedra na rua – um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela – um telegrama. Dispêndio inútil. Toda a gente sabe que isto por aqui vai bem, que o deputado morreu, que nós choramos e quem em 1559 D. Pero Sardinha foi comido pelos caetés.”

E por conclusão:

“Não favoreci ninguém. Devo ter cometido numerosos disparates. Todos os meus erros, porém, foram da inteligência, que é fraca.
Perdi vários amigos, ou indivíduos que possam ter semelhante nome.
Não me fizeram falta.
Há descontentamento. Se a minha estada na Prefeitura por estes dois anos dependesse de um plebiscito, talvez eu não obtivesse dez votos.”


Como já disse, um texto para ser degustado. Como todos os outros dele.

Ainda hoje me perguntou como as professores do ginásio conseguiam fazer Graciliano parecer chato. É uma proeza.

Em tempo: a fotografia acima é do arquivo do DOPS. Do DOPS do Estado Novo, que este é um país de ditaduras mil.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Cada uma que a gente ouve...

"A Matielli está cheio de ofertas..." - trecho de jingle de loja de material para construção.

Será que no curso de publicidade não tem aula de português?

sábado, 5 de janeiro de 2008

Pela estatização do Masp


Segue um link para o abaixo-assinado pela estatização do MASP. Hoje o museu pertence à uma sociedade de direito privado:

http://www.sosmasp.com.br/sos_masp.php

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Norman Mailer & O Diabo

Logo que este blog foi criado, fiz uma postagem sobre Norman Mailer. Se não me engano, sobre o livro "Os nus e os mortos". Alguns dias depois, Mailer morreu.

Dessa forma, o blog está condenado a ser protegido - ou assombrado - pelo fantasma de Norman Mailer. Pelo resto de nossos dias.

Assim, para aplacar a ira de nosso "padroeiro", sugiro a todos a leitura de matéria da revista Bravo! sobre o último livro dele: O Castelo de Floresta.

É uma espécie de biografia ficcional de Hitler, tratando principalmente de suas origens familiares. O narrador é um demônio, que seria também o responsável por provocar, ou sugerir, algumas das piores ações de Adi.

Isso mesmo: Adi. Até mesmo o anticristo tem um apelido carinhoso em sua família.

Reflexão otimista sobre o ano novo

A humanidade, a maior parte do tempo, é desprezível. O que não impede que algumas pessoas se destaquem.