quarta-feira, 21 de maio de 2008

Único amor é hipocrisia


Danielle, mulher de François Mitterrand, escreveu ao povo francês depois das muitas críticas que recebeu por ter permitido que a amante do marido e a filha dos dois participassem da cerimônia fúnebre.

A carta, como diz o comentário anônimo que circula pela internet, “é um auto-de-fé no amor, na elegância, na generosidade e na lealdade a quem se ama”.

Veja a carta:

“Achar que somos feitos para um único e fiel amor é hipocrisia, conformismo. É preciso admitir docemente que um ser humano é capaz de amar apaixonadamente alguém e depois, com o passar dos anos, amar de forma diferente.

Não somos o centro amorável do mundo do outro. É preciso aceitar, também, outros amores que passam a fazer parte desse amor como mais uma gota d’água que se incorpora ao nosso lago.

É preciso viver sem mesquinhez, sem um sentido pequeno, lamacento, comum aos moralistas, aos caluniadores, aos paranóicos azedos que teimam em sujar tudo.

Espero que as pessoas sejam generosas e amplas para compreender e amar seus parceiros em suas dúvidas, fragilidades, divisões e pequenas paixões.

Isso é amar por inteiro e ter confiança em si mesmo.”

Danielle Mitterrand está com 83 anos.

fonte: blog do Favre

3 comentários:

L. Archilla disse...

não deixa de ser um gesto bonito, mas me preocupo se quem compra esse discurso não está usando um falso altruísmo para disfarçar outras coisas, como dificuldade para formar vínculos. tá cheio de gente falando em "amor livre", aí quando você vai ver é um fracassado querendo provar que é viril ou uma coitada que não arruma namorado...

Anônimo disse...

Ah, deixa disso... ninguem é de ninguem!

Reinaldo disse...

Cara L.

Minha intenção, ao divulgar a carta da senhora Mitterrand, não foi fazer apologia do amor livre.

Foi mostar a generosidade de uma pessoa, o exemplo. Observe, na fotografia, que o filho de Mitterrand também está ao lado da amante de sua mãe e de sua "meia" irmã.

Mitterand deve ter magoado sua esposa, seu filho, mas, na hora de sua morte, privá-lo das últimas homenagens de seu "outro" amor e de sua filha, seria mesquinhez.

Só isso.