quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Um filme nacional

O diretor Heitor Dhalia foi muito corajoso em fazer o filme Nina, baseado na obra "Crime e Castigo" de Fiodor Dostoiévski. Na época do lançamento fui ao cinema sem expectativa nenhuma, e simplesmente gostei. Raskolnikov é Nina e o filme começa assim:
"Eu tenho uma teoria, os indivíduos se dividem em duas categorias: os ordinários e os extraordinários.
Os ordinários são pessoas corretas que vivem na obediência e gostam de ser obedientes. Já os extraordinários são os que criam alguma coisa nova, todos que infligem a velha lei, os destruidores.
Os primeiros conservam o mundo como ele é, os outros, movem o mundo por um objetivo mesmo que para isso tenham que cometer um crime".
Ele é facilmente encontrado nas locadoras e também nas baciadas das Americanas ou Carrefour, por R$ 19,90.

5 comentários:

L. Archilla disse...

não achei grande coisa, talvez por ter criado muita expectativa; mas essa citação realmente vale o filme todo.

Reinaldo disse...

Lembro de uma conversa com o Fábio quando dizia que no mundo há dois tipos de pessoas: os que leram, ou ainda lerão, "Crime e Castigo", e os que não fazem idéia - e nunca farão - de quem é Dostoievisk.

Embora pareça uma postura um tanto quando elitista, não posso deixar de observar que o romancista russo, e em especial no caso de "Crime e Castigo", criou uma obra monumental. Ler esse livro é uma experiência devastadora.

Acredito de que há séculos, muito pouco restará de nossa civilização. "Crime e Castigo" é uma das coisas que permanecerão.

Assim, concordo com a Lauren. Embora iniciativa a ser enaltecida, o filme não é bom. Ficou muito aquem do que pretendia.

Ferik disse...

Sim, concordo Reinaldo.
"Crime e Castigo" é um romance "divisor de águas". Você é alguém antes de lê-lo e outro depois de conhecer a vida atormentada de Raskolnikov. Dostoieviski é um autor que realmente tem algo para dizer.
No geral, não gosto de adaptações de livros para o cinema. Por isso, não assisti querendo ver algo que imaginei quando li a obra. Fui pensando somente que o diretor ousou tomar apenas como inspiração o Crime e Castigo. Tanto que é uma mulher e o filme não recebe o mesmo nome do livro. Ao contrário (e aqui quero fazer uma não-recomendação) do filme "Pergunte ao Pó", que tem como base o livro homônimo de John Fante. Só decepção.

Fábio Cassimiro disse...

"Pessoas extraordinárias" é o título de um livro que eu quase comprei ontem na feira da USP.

Tiago Oliveira disse...

O filme é bom! Não por "Crime e Castigo", mas pela magnífica Myrian Muniz.