Divulgado pela BBC-Brasil:
Um artigo de pesquisadores europeus, que será publicado na revista acadêmica Intelligence em setembro, defende a tese de que pessoas com QI (Quociente de Inteligência) mais alto são menos propensas a ter crenças religiosas.
A conclusão é baseada na compilação de pesquisas anteriores que mostram uma relação entre QIs altos e baixa religiosidade e em dois estudos originais.
Os autores concluíram que em apenas 23 dos 137 países a porcentagem da população que não acredita em Deus passa dos 20% e que esses países são, na maioria, os que apresentam índices de QI altos.
Os autores argumentam que essa relação entre QI e descrença religiosa vem sendo demonstrada em várias pesquisas na Europa e nos Estados Unidos desde a primeira metade do século passado.
Eles citam, também, uma pesquisa de 1998 que mostrou que apenas 7% dos integrantes da Academia Nacional Americana de Ciências acreditavam em Deus, comparados com 90% da população em geral.
Uma das hipóteses que o estudo levanta para tentar explicar a correlação entre QI e religiosidade é a teoria de que pessoas mais inteligentes são mais propensas a questionar dogmas religiosos "irracionais".
Com isso, o Fábio, que depois de estudar Hegel, quase estava se tornando religioso, deve mudar de idéia...
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8 comentários:
Lauren!?!?
Tá me estranhando, Fábio?
ahahahahaha!!!! achei que fosse a Lauren!
Como eu dizia...
Em primeiro lugar, eu duvido de qualquer pesquisa ou teoria que leve em consideração o tal do QI, pra mim ele é um conceito carregado de ideologia. Segundo, tem gente que pensa que a inteligência é a única medição positiva capaz de comandar as ações e as vontades humanas. Assim, acho que uma pessoa não acredita em uma religião simplesmente por ser ignorante, assim como, não aderem a um partido simplesmente porque fez antes um exame “racional” do seu programa... Por último, não acredito que haja uma dicotomia entre inteligência e paixão. Esse pessoal que acredita em QI, esta acreditando numa coisa carregada de crendices, de ideologia.
Nas últimas eleições, os eleitores mais "inteligentes", ou seja os universitários, votaram em Alckmin. Não sei até que ponto votar no PSDB é sinal de inteligencia. Até bem pouco tempo, conseguia-se provar por A+B que mulher e analfabeto não poderiam votar, já que o seu voto era de qualidade inferior ao do homem intelectualizado.
Eu trabalho com médicos, médicos são considerados inteligentes e, mesmo assim, eu nunca vi um único médico ateu, pelo contrário!Já tive a impressão que em algumas profissões as pessoas tendem a acreditar mais ou menos em Deus.
Mas,
eu ainda sou ateu (carismático),e se alguém duvida que exista inteligência na religiosidade, que leia Hegel!
Fábio,
Médicos não são "mais inteligentes", só estudaram durante mais tempo. O mesmo se pode dizer dos eleitores de Alckmin.
Quanto a Hegel, assim como Kant, não acreditava em Deus. Mas, vivendo numa época de perseguição religiosa, foram obrigados a malabarismos teóricos para poderem publicar seus trabalhos.
Tiveram sorte. Antes deles, Galileu foi obrigado a negar suas teorias (que estavam corretas) e Giordano Bruno virou churrasco nas mãos da Igreja Católica.
Eu disse que os médicos são “considerados” mais inteligentes assim como os universitários. Mas não acredito que haja níveis de inteligência como se isso fosse uma capacidade mágica, tão pouco acredito que isso possa ser medido.
Acho que as pessoas têm interesse, força de vontade e capacidade de raciocínio.
Citei o médico porque tenho a impressão de que determinadas áreas e profissões condicionam a crença em Deus: parece, apenas parece, que historiadores geralmente não acreditam, médicos quase sempre e os filósofos ficam quase sempre em cima do muro, são agnósticos.
Sobre o Deus dos filósofos o que você disse Reinaldo, é pura desculpa:
Religião é uma imposição social sim mas,
Por que só os filósofos têm o direito em acreditar que Deus é uma pressão externa?
Por acaso os pobres e ignorantes também não acreditam em Deus por pressão de seu tempo?
Por que os pobres e “ignorantes” tem QI baixo e os filósofos têm QI alto então?
Mas Hegel acreditava em Deus sim, da mesma forma que acredita no Estado prussiano.
________
Obs: a Alemanha do seculo XIX era protestante e havia liberdade religiosa, ainda que possivelmente não Hegel não fosse aceito professor da universidade de Iena se fosse ateu.
Nietzsche e Marx foram impedidos de ensinar na Alemanha.
Isso, por si só, é uma razão tão forte, que fez muitos pensadores aceitarem a idéia de Deus.
No caso de Kant e Hegel, colocando "Deus" como algo tão abstrato, transcendente, que é como se ele não existisse.
O mesmo se pode dizer de Spinoza, que mesmo professando a crença num "Deus" tão abstrato, ainda assim foi excluído da comunidade judaica e declarado maldito.
Os "pobres" e "ignorantes", como você diz, tem os mesmos direitos que os filósofos. Apenas não tem, ao longo do tempo, as mesmas oportunidades.
A "inteligência", termo do qual também não gosto, é inerente ao ser humano, compreende uma série de aptidões, que podem ser desenvolvidas ou não. É uma questão de oportunidade.
Por outro lado, tais aptidões são variáveis entre os seres humanos, a facilidade de aprendizado, do conhecimento de idiomas diversos, de raciocínio matemático.
E se são variáveis, podem ser mensuráveis. O que, de qualquer forma, do ponto de vista humanista, é irrelevante.
Mas pode ter importância quando uma pessoa decide a profissão ou carreira a seguir.
Reinaldo
Se for assim os luteranos também não acreditam em Deus,
Eu entendo o que você esta querendo dizer Reinaldo, a religião era a única linguagem pela qual era possível explicar o mundo e nessa época a filosofia ainda não havia se separado da teologia, mas esses homens acreditavam realmente em Deus, não havia outra possibilidade, por mais que o deus deles fosse completamente absurdo do ponto de vista das religiões.
O Deus de Kant é uma coisa tão perfeita e inatingível, que ninguém acredita realmente, mas ele continua a pensar e a se expressar em termos de Deus. Kant fazia parte de uma seita chamada pietismo no interior do luteranismo. Eles lutavam contra o racionalismo frio da igreja luterana e pretendiam fazer um apelo ao coração, eles queriam atingir Deus pelos sentidos e não pela razão, tipo os evangélicos pentecostais hoje e os católicos carismáticos.
Por outro lado, Hegel acredita que Deus é perfeitamente cognoscível, pois ele se fez verbo e mandou o seu filho ao mundo. Mas Deus é ao mesmo tempo a Idéia (a verdade) e, para ele existem três formas de se atingir o divino, pela arte, pela religião e pela filosofia, desse ponto de vista o deus dele não é Deus, mas, depois ele fala que só a religião cristã é o verdadeiro reflexo da verdade, pois então ela seria capaz de entender a dialética do mundo nas figuras de Deus, filho e Espírito de Deus.
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