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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Um conto de Natal
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sábado, 5 de dezembro de 2009
Bachelet homenageia Víctor Jara em seu velório
A presidente chilena, Michelle Bachelet, homenageou na sexta-feira o compositor e cantor chileno Víctor Jara durante o velório do artista, 36 anos depois de seu assassinato. Os restos mortais de Jara, que foi torturado e assassinado, foram exumados em meados deste ano como parte de uma investigação sobre as causas de sua morte durante a ditadura de Augusto Pinochet, um dos casos mais representativos dos crimes cometidos no período de 1973 a 1990.
"Finalmente, depois de 36 anos, Víctor pode descansar em paz, mas também há muitas outras famílias que querem poder descansar em paz", disse Bachelet durante o velório na sede da Fundação Víctor Jara, na Plaza Brasil, em Santiago.
Pinochet morreu em 2006 aos 91 anos sem ter sido condenado pela Justiça pelas cerca de 3.000 pessoas mortas, nem pelas 28.000 que sofreram torturas durante sua ditadura, incluindo Bachelet e sua mãe.
"Esse funeral não é um funeral normal, é um ato de amor e luta por todos nossos mortos e também a celebração da vida de Víctor e de todos eles também", disse a britânica Joan Turner, viúva do compositor, no velório.
Os restos mortais de Jara serão sepultados no sábado no Cemitério Geral de Santiago.
fonte: IG notícias
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Pito de Dona Canô dói mais que casa de show vazia
Fui ao show de Caetano no último dia 8 em São Paulo. A casa não estava cheia, longe disso, o que obrigou à produção do espetáculo mover para frente quem havia comprado ingresso para mesas mais ao fundo. Óbvio que isso não foi uma reação a nenhuma declaração, mas muita gente como eu não gostou do novo álbum dele, daí a casa a meia carga. A minha esperança eram músicas das antigas, que vieram poucas. Ao final do show, ele fez uma espécie de mea culpa: criticou a mídia por não ter dado tanta atenção a Neguinho do Samba quanto a Claude Lévi-Strauss, apesar de ambos terem morrido na mesma semana. Disse que Neguinho não deu aula na Sorbonne, provavelmente era analfabeto, mas foi uma das grandes influências de sua vida. Impossível, para quem estava lá, não fazer a analogia entre o “analfabeto” e o “professor da Sorbonne”.
Após a polêmica gerada, Caetano chamou a mídia de sensacionalista, artigos foram escritos e por aí vai. Achei que não valeria a pena o registro e deixei para lá.
Mas aí veio Dona Canô, do alto de 102 anos de sabedoria e lucidez. Em declarações à imprensa, a mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia, disse que ligaria para Lula para pedir desculpas pela declaração do filho.
“Não vou dizer nada em especial, apenas o que vier do coração. Vou me desculpar e dizer que, pelo que conheço de Caetano, sei que ele não quis ofender o presidente. Não é possível que ele chamasse Lula de analfabeto, aliás, ele nem teria o direito de falar assim. Ele é apenas um cantor”, afirmou à matriarca à repórter do Uol. “Tudo o que Caetano diz vira notícia, ele precisa entender isso. Não pode sair por aí falando o que quer, ele não é doido.”
Caetano correu a ligar para a mãe explicando que não quis dizer aquilo.
“Ele é apenas uma cantor.” Desgosto de Dona Canô deve ser mais doído que casa de show vazia.
Leonardo Sakamoto
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Fumaça
Não sei.
Só sei que fumam.
Onde há fumaça ha fogo, e onde a há fogo há um cara querendo acender um cigarro.
Não sei nem porque nem onde as pessoas começaram a fumar, ou melhor expelir fumaça dos pulmões depois de tragá-la.
A história do tabaco é mais antiga que as constituições e leis anti tabagistas.
Pra falar a verdade a história do mundo foi escrita a base de fumaça seja ela de cigarros, charutos, cachimbos ou canhões, sem fumaça não haveria história.
A magia pode advir dos desenhos disformes feitos pela fumaça que sai da boca quando você acaba de dar uma tragada, esses desenhos que lembram nuvens que nos remetem a infância procurando formas e sentido nelas ou apenas o simples prazer de acender o tabaco pra sentir o tempo parar por alguns instantes entre uma tragada e outra.
A satisfação de uma baforada é algo que só quem já fumou pode saber, difícil descrever.
O tabaco é o único prazer do indigente, que se contenta até com um simples resto de um cigarro achado na rua, é o amigo do solitário naquela noite sem maiores perspectivas, o acompanhamento perfeito no pós-coito sexual, às vezes o cigarro é melhor que a transa em si.
O prazer e o cigarro andam juntos, assim como o momento quase ritualístico do acender o cigarro, da chama bailando em frente ao rosto, dos momentos que a brasa entra em ignição, a fumaça cria seus primeiros círculos, você se sente em um filme de Hollywood, até os filmes perderam a graça depois que ninguém mais soltou fumaça. os detetives dos filmes eram verdadeiras chaminés, agora meros robôs sem graça e sem fumaça, quem vai torcer pra um detetive que nem fumaça solta, prefiro o bandido que não é politicamente correto, que esse sim ainda pode fumar.
Sim
Pois a maioria do pensamento humano foi acompanhado de muita fumaça, pensadores, poetas, artistas.
O pensamento humano seria bem menos interessante sem o tabaco, sem a fumaça.
Pra falar a verdade, temos muitas coisas obsoletas para a vida, como chuchus, jilós e ornitorrincos.
Agora o tabaco é importante, esta na nossa cultura, em nossa história.
Veja até os nossos ancestrais, assim que descobriram o fogo, logo em seguida inventaram algo para fumar, os indígenas usam a fumaça para os rituais, o fumo coletivo é uma das tradições mais antigas entre todos os povos arcaicos, para aproximar os amigos e também para se aproximar de seus espíritos ancestrais … que também fumavam…
Mas isso ainda hoje é feito, ainda se fuma nas rodas de amigos, compartilha-se o cigarro com aquele amigo menos afortunado que te pede encarecidamente um cigarrinho, ninguém no mundo pede encarecidamente um chuchu ou um ornitorrinco a alguém.
Os cigarros são mais importantes socialmente que as socialites, os sociólogos e os partidos conservadores.
Na cadeia são moedas de troca, nos tempos de paz fuma-se por prazer, nas guerras por necessidade, nos locais proibidos por obstinação, sim porque os fumantes são seres obstinados, perseguidos como cães raivosos, limitados a espaços isolados como doentes terminais, e tudo por causa única e exclusiva da fumaça, que é apenas … fumaça.
O que seria dos camponeses sem o cigarrinho de palha, colhendo os chuchus que realmente não servem pra nada.
Nos escritórios isolaram quem fuma em ambientes minúsculos, longe de todos ser visto fumando é algo constrangedor.
- Ah me desculpe o cigarro é de outra pessoa eu só estou tomando conta, enquanto ela foi se matar um pouquinho.
Mas mesmo assim continuamos.
Seguimos.
Incansáveis…
Bem … Um pouco cansados, nosso fôlego é mais curto, mas mesmo assim.
É nosso fôlego e usamos o que temos
Não roubamos o fôlego de ninguém,
Pagamos por nossa fumaça, e pagamos caro, temos o direito e o dever de manter as tradições de nossos ancestrais, vamos fumar, tragar sem constrangimento nem medo de o fazer em publico, e que se fodam os ornitorrincos.
O ministério da saúde adverte, fumar é prejudicial a saúde.
Se foda,
to nem ai
por Cleiner Miceno, do blog stalker shots
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Ditadura Gay
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Novo romance de Rubem Fonseca
Não é só: desde ontem, no twitter da editora Agir, uma saraivada de textos com menos de 140 caracteres espicaça a curiosidade dos leitores – coisas como “José só trabalha por encomenda. É conhecido como O Especialista”.
E hoje, para arrematar, estreou no YouTube o clipe do livro, coisa caprichada, com arte de Cristiano Menezes (que também assina a capa) e uma narração rouca, em off, do próprio Rubem.
“O seminarista”, embora tenha 160 páginas, é uma novela curta. Quem tiver uma sensação de déjà vu assistindo ao clipe não estará enlouquecendo: o narrador, o matador de aluguel e ex-seminarista José, surgiu em três contos de “Ela e outras mulheres” (2006): Belinha, Olívia e Xânia – no último, mata O Despachante, intermediário que contratava seus serviços.
Corre por aí à boca nem tão pequena que “O seminarista” é, com muitos corpos (olha o duplo sentido) de vantagem, o livro mais violento do escritor de 84 anos.
O que, em seu caso, é muito.
Quem comprar a edição de papel ganhará de brinde uma edição do conto A arte de andar nas ruas do Rio de Janeiro (de “Romance negro e outras histórias”, de 1992) ilustrada por ensaio fotográfico de Zeca Fonseca, filho do homem. São também de Zeca as fotos do autor (!!!) que estão sendo distribuídas aos veículos de comunicação.
Simultaneamente, a Agir relança “Os prisioneiros” e “Lúcia McCartney”, dando início a uma coleção que, com a curadoria do jornalista Sérgio Augusto, terá dois títulos a cada dois meses – os próximos, em janeiro, serão “Agosto” e “A coleira do cão”.
fonte: Todo Prosa
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
domingo, 6 de setembro de 2009
Uma banca de jornal para cada 250 lan-houses
Heliópolis tem 125 mil habitantes
91% são nordestinos.
Só 10% deles votam em São Paulo.
Tem uma banca de jornal para servir os médicos e funcionários que trabalham no Hospital Heliópolis.
E 250 lan-houses.
Como diria Nietzsche, o PiG (*) deve pensar assim:
Quanto mais você olha para o abismo, mais o abismo olha para você.
fonte: Conversa Afiada
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
sábado, 8 de agosto de 2009
Amigos do Serra: Esse é o cara!
O "economista" José Serra Proprõe a Gandhi um projeto de reestruturação econômica da india, em 1958.
As fotos publicadas no blog do Luiz Carlos Azenha, Vi o Mundo
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Reminiscências: Guarda Municipal de Sorocaba faz treinamento com o Choque
É muito bom saber que a prefeitura está interessada na formação continuada dos nossos GMs, entretanto, não vejo motivo para se instruir a Guarda no controle de tumultos, visto que esta é uma prerrogativa da Polícia Militar. A Guarda Municipal existe para fazer defesa do patrimônio público municipal, não para coibir manifestações.
A respeito do curso, alguns guardas chegaram a reclamar da excessiva violência do treinamento. Num dos exercícios, que imitava um conflito real, uma coluna “paisana” (de supostos manifestantes) avançava sobre a tropa, que, em linha, defendia-se dos golpes com os seus escudos. Deve ter sido lindo. Um guarda chegou a se ferir no treinamento, ao que pude constatar ele deslocou a clavicola.
Num outro “exercício”, colocaram os guardas num galpão fechado e soltaram granadas de gás lacrimogênio. Perguntei a um amigo sobre o motivo do uso daquele gás, ele me disse que era para se acostumarem com o "cheiro terrível e com a ardência da pele". Não pude ficar quieto e respondi de imediato: E você acreditou nisso? Por acaso acha que ficou imune ao gás, agora?
Não sei não, mas acho que o “Choque” pode ter “tirado uma” com a Guarda de Sorocaba.
De repente veio-me a memória um episódio ocorrido há uns dez anos atrás: em que um grande amigo me chamou à luta, naquele momento ele era militante do PT e hoje está convertido ao Islamismo (desde 11 de Setembro de 2001). Convidou-me para participar de um treinamento de guerrilha urbana no Jardim Santo André, em Sorocaba. Dizia ele, que o treinamento consistia, inicialmente, em soltar uma granada de gás num cômodo fechado e, posteriormente, um exercício de apneia submersa nas águas do rio Sorocaba.
Aquilo tudo era mesmo necessário, pois, naquele tempo, o prefeito de Sorocaba era o Sr. Leôncio – aquele, inimigo do pica-pau. Leôncio pretendia derrubar todos os barracos da cidade em favor de um grande empreendimentos imobiliário. Entretanto, havia muita resistência e quando era chamada, a GM tremia só de saber da presença do famélico Cido Lima no local. Como o uso Tropa de Choque da PM não repercutira muito bem, politicamente, Leôncio, contava apartir de então, com uma atuação mais ofensiva da Guarda Municipal, de maneira que todas as áreas verdes da cidade fossem liberadas para loteamento.
Hoje o prefeito é outro e a coisa mudou muito.
Voltando ao papo sobre o treinamento com o Choque. Ao relembrar aquele fato lamentável de 1999, perguntei ao meu amigo sobre o local da próxima “aula” do Grupo de Contra Guerrilha de Bacaroço.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Reforma Ortográfica Justicialista
De Sanctis, De Grandis, "De" Protógenes, etc.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Inscrições para a Semana do Escritor encerram no domingo
O evento literário que será realizado de 21 a 25 de julho, das 14h às 22h na FUNDEC, já recebeu um número significativo de inscrições de obras de autores de toda a região de Sorocaba.
O autor interessado em divulgar suas obras ainda tem tempo para participar. As inscrições deverão ser feitas pelo e-mail semanadoescritor@gmail.com ou pelo telefone (15) 3228.6209 com Sonia Orsiolli.
A FUNDEC, a Prefeitura de Sorocaba por meio da Secretaria da Cultura (Secult), a Academia Sorocabana de Letras e o Gabinete de Leitura Sorocabano são parceiros da 5ª Semana do Escritor de Sorocaba e Região.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
segunda-feira, 29 de junho de 2009
5ª Semana do Escritor de Sorocaba recebe as primeiras inscrições
Com o objetivo de promover a união entre autores e leitores e dar visibilidade à literatura regional, a organização está realizando encontros com representantes literários e culturais para firmar apoios, contar com a divulgação e a presença de todos os grupos interessados em participar da ‘Semana’.
A FUNDEC, a Prefeitura de Sorocaba através da Secretaria de Cultura, a Academia Sorocabana de Letras, o Gabinete de Leitura Sorocabano e o Jornal Cruzeiro do Sul são apoiadores da 5ª Semana do Escritor de Sorocaba e Região.
Os autores interessados em divulgar suas obras devem entrar em contato com Sonia Orsiolli pelo telefone (15) 3228.6209 ou pelos e-mails semanadoescritor@gmail.com ou hagentecomunicacao@gmail.com
A organização do evento também está recebendo inscrições de grupos artísticos interessados em participar da programação da 5ª Semana.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Jornalistas: uma batalha perdida e uma guerra por travar
A decisão do Supremo Tribunal Federal, derrubando a exigência de diploma específico para o exercício da profissão de jornalista, foi o coroamento de uma comédia de erros que merecia ser filtrada pelo talento superior de um Sérgio Porto.
Infelizmente, já não existe quem consiga dar o tratamento adequado ao Festival de Besteiras que Assola o País, como fazia seu heterônimo Stanislaw Ponte Preta.
Nem alguém capaz de transmitir fielmente o horror e o nojo que o Brasil oficial inspira nos homens civilizados, como o grande Glauber Rocha fez em Terra em Transe.
Reconhecendo de antemão não estar à altura da tarefa, tentarei cumpri-la assim mesmo. O pior é sempre a omissão.
Em tese, concordo plenamente com a avaliação feita há décadas pelo Paulo Francis: o jornalista precisa é de uma sólida formação cultural, principalmente nas áreas de história, sociologia, psicologia, política, antropologia, filosofia e artes.
Já para o aprendizado das técnicas jornalísticas, bastaria um mês (dois, no máximo, para os menos brilhantes) num liceu de artes e ofícios.
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segunda-feira, 15 de junho de 2009
Abertas as inscrições para a 5ª Semana do Escritor de Sorocaba e Região
Com grandes expectativas para este ano, o idealizador do evento, Douglas Lara, acredita que a ‘Semana do Escritor’ é um grande momento de união literária em Sorocaba e Região.
“Neste ano, continuamos com o objetivo de reunir um grande número de escritores e visitantes, todos circulando pelo evento, conversando com os autores e adquirindo exemplares a custos baixos em exposição."
A ‘Semana do Escritor’ continua sendo uma excelente oportunidade para autores realizarem seus novos lançamentos e divulgarem suas obras, constituindo-se também numa ótima oportunidade para dar visibilidade aos escritores de Sorocaba e Região”, comenta Sonia Orsiolli, administradora do evento.
Como nos anos anteriores, a semana literária reunirá dezenas de autores independentes e seus editores, com sessões de autógrafos, lançamentos e palestras.
Autores interessados em divulgar suas obras na Semana do Escritor devem entrar em contato pelo telefone (15) 3228.6209 ou pelo e-mail hagentecomunicacao@gmail.com.
A Semana do Escritor de Sorocaba e Região será realizada de terça-feira a sábado, das 14h às 22h com entrada gratuita.
A Fundec fica na Rua Brigadeiro Tobias, 73, Centro de Sorocaba/SP.
Wilson Simonal e o revisionismo histórico da "ditabranda"
O documentário não é exatamente desonesto no que diz. Mas ele se presta a uma leitura capciosa, especialmente naquilo que não diz. Sem dedicar ao tema semanas de preparação e pesquisa, eu seria incapaz de fazer algo tão espetacular como o post do Samurai no Outono. Por isso eu havia prometido não falar do filme aqui. Mas como promessas em blog foram feitas para serem quebradas, lá vou eu. O Samura já demoliu, com o martelo da razão crítica e do conhecimento histórico, a baboseira que está se armando em torno desse filme. Tomem este post, portanto, como um humilde apêndice ao Samura. Concordo com tudo que está lá e vou acrescentar dois centavos. A necessidade de fazê-lo me foi confirmada outro dia no Twitter, onde dois interlocutores – que me davam a nítida impressão de não terem visto o filme – me martelavam sem qualquer argumento a cantilena que já virou lugar comum: “o patrulhamento da esquerda destruiu a carreira de Simonal”.
Até que não acompanha a história da música brasileira já conhece o resumo da ópera: Simonal, negro talentoso e carismático, cantor de extraordinários recursos, mestre na divisão rítmica e no suingue, debochado e desafiador, sobe vertiginosamente na preferência popular ao longo da segunda metade dos anos 60, até que em 1971 protagoniza o episódio que mudaria sua vida. Tendo perdido o contrato que realmente lhe dava grana – o da Shell, engavetado depois que Simona fizera o presidente da multinacional esperar no aeroporto durante uma hora e meia enquanto ele dormia --, se dá conta de que os Mercedes, as farras e as noitadas não eram financiados com dinheiro infinito. Descobre-se quebrado. Acusa o contador e contacta meganhas, um deles ligado ao DOPS, para dar-lhe um cacete. Enhanced interrogation techniques, diz o Samura com ironia. Simonal promove uma sessão de tortura em seu contador no DOPS. Quando o contador lhe processa e ele é levado à delegacia para depor, tenta se safar com o conto de que “era um deles”, de que era “um homem do regime”. Daí em diante, está armado o circo para que entre a esquerda má, feia, bobona (e poderosa) que teria transformado Simonal em “dedo-duro”. Que Simonal nunca foi delator do regime é o óbvio do óbvio. Mas isso não quer dizer que você possa entender essa história sem entender a relação entre música popular e a ditadura daquele momento. Antes disso, claro, dois fatos se impõem: 1) a origem do mito do "dedo-duro" é uma história inventada pelo próprio Simonal no momento do arrego; 2) o assunto foi amplamente tratado pela imprensa antes que o Pasquim iniciasse seu sarro. Isso fica claro no próprio filme.
Analisar um documentário é, antes de tudo, dissecar a relação a câmera e o representado. Quem viu o filme se lembra: os depoimentos de Chico Anysio são gravados em close-up horizontal, quase num tête-à-tête com o espectador. As piadas vão se encarregando de criar a cumplicidade, mas não escondem a pergunta que não quer calar: não seria outro Chico o que deveria estar ali? É bizarro o recurso a Chico Anysio para fundamentar a hipótese do filme, sendo ele, afinal de contas, o autor das frases Não tenho confiança em goleiro negro. O último foi o Barbosa, de triste memória, enunciados tão mais odiosos quanto mais nos lembramos – coisa sabida por qualquer bom vascaíno – que Barbosa foi um dos maiores goleiros da história do ludopédio. A primeira frase é odiosa e a segunda, evidentemente, é falsa. No entanto, seria demais esperar que Chico Anysio respeitasse as glórias de, por exemplo, Mão de Onça ou Dida.
Mas tergiverso, como diria meu mestre Inagaki. Voltemos ao filme.
Os depoimentos de Toni Tornado já são gravados em close-up diagonal, com a câmera em plano superior ao representado. Curiosa escolha. Diminui-se a imensa figura de Toni. Esse, claro, foi um negão que incomodou bastante o regime. Tornado tinha uma relação muito mais orgânica que Simonal com a tradição de luta negra expressa no soul norte-americano. Ficou famosa sua apresentação de "BR-3" no quinto Festival Internacional da Canção, inspiradíssima em James Brown. A ditadura chegou a temer que Tornado reeditasse os Black Panthers por aqui. Fala-se muito da composição de Simonal e Ronaldo Bôscoli em homenagem a Martin Luther King. Ora, o próprio fato de que um reacionário como Bôscoli pudesse compô-la indica que o processo de domesticação da figura do Doutor King já se iniciara. Mas no revisionismo em curso, um tributo a King passa como se fosse um tributo a Malcolm X, um escândalo do indizível. Não o era. Leiam a tese de Eduardo de Scoville, já recomendada pelo Samura. O fato é que o trabalho da câmera sobre Tornado sublinha a impotência do personagem com sua negação: puxa, não dá para imaginar Simonal como dedo-duro...
Mas é no depoimento do neoanaeróbico Nelson Motta que o filme realiza sua operação ideológica. Ao contrário do que ocorre na filmagem de Toni Tornado, as tomadas de câmera que nos oferecem as peroratas de Motta são feitas de baixo para cima, magnificando o personagem, que tem atrás de si, além do mais, uma imponente coleção de CDs e uma réplica da emblemática obra de Hélio Oiticica, que traz o bandido Cara de Cavalo morto, com a legenda Seja marginal, seja herói. Dá-lhe ideologia subrreptícia. Oiticica, evidentemente, se revira no túmulo.
O fato importante aqui é que Nelson Motta, com a autoridade de quem foi testemunha ocular e ainda é o maior repositório de fofocas da MPB das últimas décadas – autoridade, reitero, também construída pelo trabalho da câmera --, empresta legitimidade à ficção do mártir perseguido. Juntamente com muitos fatos inegáveis, vem uma boa dose de distorção e manipulação. Motta chega a afirmar que a explosão de Simonal no final dos anos 60 representou a chegada do primeiro pop star negro na música brasileira fora do samba. Curioso, né? Eu achava que Jair Rodrigues era negro. Lembremos que o estouro de “Disparada”, na voz de Jair, acontece em 1966 – vai ver que para os tímpanos Zona Sul de Motta, “Disparada” é um samba. Omito, claro, o primeiro grande astro pop da música televisionada no Brasil, o negro Jackson do Pandeiro, que embalou corações e quadris com seu programa nos anos 50. Afinal de contas, seria demais esperar que Motta, em seu leblonismo, conseguisse imaginar arte musical brasileira anterior à Bossa Nova. É a vejificação da história da MPB, em ritmo acelerado.
Se formos analisar em detalhes a música brasileira na virada dos anos 60 para os 70, aí é que a hipótese revisionista desaba de vez. Simonal era um grande artista, não há dúvidas. Talvez só o já citado Jackson fosse tão bom como ele na divisão rítmica vocal. O carisma era inegável. Mas a discussão aqui não gira em torno do talento, mas do lugar do artista num momento histórico. Simonal passa ao largo do grande embate que ocorre na música popular brasileira no final dos anos 60: o choque entre a música acústica de protesto emblematizada por Geraldo Vandré (o que se chamava, entre 1966 e 1968, de MPB, sigla que tinha na época um sentido bem diferente, mais nacionalista, daquele que adquiriria nos anos 70) e, por outro lado, o tropicalismo, que resgatara uma vocação cultural no iê-iê-iê da Jovem Guarda, canibalizando o vasto repertório do pop internacional. Aquele embate se resolve rapidinho. Poucas vezes na história da cultura brasileira um choque entre duas tendências é saldado de forma tão categórica com a vitória de um lado. Os tropicalistas comem Vandré e cia. já no café da manhã. A vitória é total e completa, e definidora dos rumos que tomaria a música brasileira. Já em 1970 não era heresia enfiar guitarra elétrica onde fosse. Sugerir que a esquerda populista musical tivesse, em 1971, força suficiente para derrubar alguém é de um cinismo inominável, vindo de quem sabe algo sobre a história – e de ignorância útil lamentável por parte de quem a desconhece. No caso de Reinaldinho, é ignorância e cinismo.
Resgatemos Simonal? A pergunta não faz o menor sentido para aqueles que, como eu, lhe dedicam ouvidos atentos há anos. O problema com o bafafá em torno do documentário é que em vez de sugerir audição à obra do artista, ele acaba traficando revisionismo mentiroso. Repito: não há mentiras no filme. Mas ele se presta a ser embrulhado com ideologia bolorenta. Aquele que muitos de nós consideramos o melhor disco de Simonal, o S'imbora, de 1965, contém canções de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Garoto, Geraldo Vandré, Marcos Valle. Esta não é exatamente uma lista de artistas “patrulhados pela esquerda”. Comparem-no com o disco de 1972, já em fase de produção na época da coça no contador e, portanto, não atingido de forma nenhuma pela suposta “demolição” feita pela esquerda má, feia, bobona e poderosa. A faixa título é uma composição do intragável Ivan Lins. Antes de chegar ao final do lado 1 do LP, você tem que suportar “Mexerico da Candinha”. I rest my case. Ouçam os discos feitos ao longo de década de 70 e comparem-nos com as pérolas anteriores, não ao cacete no contador, mas à vitória tropicalista, que já acontecera, categórica, em 1968.
Mais além do fato de que fez discos ruins nos anos 70 e passou ao largo dos rumos da música nacional daquele momento, é evidente que Simonal foi boicotado. Contribuiu a isso o fato de Simonal ser um negro de cabeça erguida, debochado, que esfregava seu sucesso na cara do establishment branco? Parece-me evidente que sim. Só afirmaria o contrário alguém como Reinaldinho, que nega a existência do racismo brasileiro, o mesmo ao qual agora ele se agarra como hipótese interpretativa para demonizar a esquerda. Mas peralá: quem eram as figuras com inserção nos meios de produção musical e, portanto, com algum poder de reverter o ostracismo de Simona? Os mesmos Mottas e Mieles que agora emprestam legitimidade para que os Reinaldinhos reescrevam – sem saber nada de música – a história da canção brasileira como se esta tivesse sido sufocada pela esquerda amordaçada dos anos 70
fonte: O Biscoito Fino e a Massa
quarta-feira, 10 de junho de 2009
O Ensino à Distância na USP
Certa vez ouvi uma anedota que dizia mais ou menos assim: se Immanuel Kant ressuscitasse em pleno século XXI, ele se espantaria com quase tudo, menos com a escola. Ainda veria um professor, alunos, giz e lousa. Só agora me dei conta que essa piada podia ter um conteúdo crítico. Afinal, por que o ensino deveria ficar fora dos avanços tecnológicos que já dominam as outras esferas da vida social?
O ensino à distância democratizaria o acesso à universidade a custo baixo (sublinhe-se o custo baixo); acabaria com o ensino voltado somente para a elite; e não seria aplicado indiscriminadamente (médicos e engenheiros continuariam em ensino presencial).
Não precisamos perguntar por que uma maneira de ensinar mais barata serve para formar professores e não para formar médicos. A resposta seria evidente: professor é categoria que pode ser formada de qualquer jeito. Também não é necessário indagar porque os alunos mais pobres (supostamente beneficiados pela expansão das vagas de ensino à distância) merecem uma forma no mínimo incerta de educação enquanto os supostamente mais ricos continuariam no ensino presencial.
Talvez o problema não esteja na Univesp em si. E nem nos recusamos à formação para o mercado. Na USP como em todo lugar, o aluno já é virtual em si e por si mesmo. Ele é potencialmente uma mercadoria num mundo que é uma imensa coleção delas. Ele será destinado a isso. Nossa diferença não é gerar conhecimento crítico (embora o façamos), mas treinar para o mercado os melhores produtores ou extratores de mais valia. Entre uma aula e outra, às vezes questionamos isso tudo.
Numa Faculdade de Filosofia costumamos aprender que as formas de aparência expressam não técnicas ou coisas, mas relações sociais. Por trás do fetiche das técnicas, o processo ensino-aprendizagem continua a ser uma relação social. Na sua etapa superior (e numa universidade de excelência como a nossa) ocorre em salas de aula, laboratórios, hospitais etc. Mas não só.
Também nos gabinetes dos professores, nos anfiteatros, nos pátios, nos cafés e lanchonetes, no bandejão, no Crusp, no ônibus lotado, na piscina, nos corredores, nas plenárias e assembléias, nas festas, nas greves, nos debates, nos seminários e congressos, nas rodas em que vicejam as anedotas dos professores... Como costuma-se dotar a técnica mais nova de poderes mágicos, acredita-se que ela pode substituir toda essa vivência.
Até o dolce far niente pode ser necessário ao estudante. Deitar na praça do Relógio e ler Einstein, Freud, Debord, Braudel, Darwin e outros monstros pode (pasmem) ser uma experiência e tanto. Formar grupos de estudos, comer e beber juntos, olhar nos olhos são atitudes que não podem ser meramente “virtuais”.
Um exemplo: eu e alguns amigos jantávamos muito com o saudoso Professor A. L. Rocha Barros, professor de Relatividade III no Instituto de Física da nossa universidade. Ele contava que um dia jogaram uma pedra na direção do aluno Fernando Henrique Cardoso e Rocha Barros conseguira puxa-lo para si, salvando-o. “Como me arrependo disso”, dizia o velho professor comunista... Histórias como essas desaparecerão para alunos formados à distância.
Talvez os idealizadores da Univesp tenham esquecido: a formação do jovem não se resume ao conteúdo do ensino, seja numa sala de aula ou à frente de um computador. Sendo uma relação social entre pessoas, mediada por uma instituição como a nossa, negar às pessoas essa vivência universitária seria o maior dos erros.
Não se nega que cursos de extensão, pós graduação lato sensu etc possam ser à distância. Mas a formação básica na USP nunca poderá sê-lo. É verdade que certas coisas se modernizam e supostos reacionários empedernidos se agarram ao mundo perdido das escolas de Könisberg do século XVIII. É mais ou menos como a mais velha relação humana: já existe o amor virtual e há quem o prefira; mas é difícil acreditar que ele seja melhor do que o concreto.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Entrevista com Ivan Cardoso por Cleiner Micceno
Em 1970 ele lança seu primeiro curta metragem, chamado “nosferatu no Brasil”. O filme, apesar de ter vários problemas quanto a verba e recursos, foi feito com muita criatividade. Ivan, confesso fã de José Mojica Marins, o que lhe rendeu o apelido de "Ivampirismo" pelo poeta Augusto de Campos, resolve fazer um filme de terror a brasileira, com o tropicalista TORQUATO NETO no papel do vampiro, mas como não tinham mais dinheiro pra investir no principal, a iluminação, resolveram o problema com uma frase no inicio da película, “ONDE SE VÊ DIA QUE SE FAÇA NOITE”: pronto o filme foi todo gravado a luz do dia.
Depois de muitos anos com super 8 e curtas metragens o cineasta grava em 1982 seu primeiro longa metragem "O Segredo da Múmia", com Wilson Grey e Regina Casé.
E em 1986 filma “AS SETE VAMPIRAS” com Léo Jaime, e nessa época ele cunha o termo TERRIR, que é uma mistura de terror e comédia, que se tornou sua marca registrada.
Logo após grava seu filme em homenagem aos filmes noir americanos, “O ESCORPIÃO ESCARLATE”, um filme tecnicamente muito bem feito e extremamente bem humorado que ainda mantem as marcas do Terrir, o filme abusa de sátiras espertas com os gêneros de suspense e terror.
Seu ultimo filme “A MARCA DO TERRIR” brinca com o gênero criado por ele mesmo, uma cinebiografia de colagem poderia ser uma boa definição do resultado, onde o cineasta resgata cenas de seus primeiros filmes em super 8 do começo de carreira.
Aqui vai a entrevista completa com Ivan Cardoso, cineasta que inventou o termo terrir, nessa entrevista ele fala sobre sua história e compartilha com nossos leitores sua visão critica da atual produção cinematográfica brasileira.
fonte: Blog Stalker Shots
sábado, 30 de maio de 2009
PSDB, impróprio para estudantes
Lamentável!
Estive refletindo e cheguei a conclusão de que aconteceu um ato de geoterrorismo, aplicado contra os estudantes de São Paulo. Ato que dividiu o Paraguai em dois, deslocando uma parte para a Bolívia e a outra sobre o Uruguai, causando a aniquilação da república presidida por Evo Morales e condenando os estudantes de São Paulo a terem sempre as piores notas nas avaliações feitas pelo Enem.
Qual será o próximo ataque? Fujimori primeiro ministro do Japão? Ou a Bolívia anexada pelo Acre?
No meu entender, “conteúdo impróprio” para crianças e adolescente é aquilo que eles assistem na novela das oito da Rede Globo. No que foi impresso nos livros de geografia do estado de São Paulo não há nada de impróprio, inoportuno, inadequado ou inconveniente, o que existe são erro absurdos, que denunciam a má qualidade da educação pública no estado mais rico do país, e que o governo vai tentar responsabilizar algum servidor "mal intencionado".
Para terminar, mal intencionado é o Secretário de Educação de São Paulo, Paulo Renato de Souza, que passa mais tempo criticando o Enem que explicando porque São Paulo tem os piores indices no exame.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Lá se vai Benedetti
Mario Benedetti referiu-se a seu pai, na dedicatória do romance Primavera num espelho partido, que ele fora ''boa gente''. Os poemas de Benedetti dão ao leitor a impressão de que ele próprio podia ser definido assim, como ''boa gente''.
Militante e dirigente de esquerda (em 1971 ele foi um dos fundadores do Movimento 26 de Março, marxista leninista, expressão política do Movimento de Libertação Nacional - Tupamaros), seus escritos oscilaram sempre entre um lirismo tocante e um compromisso social permanentemente reafirmado; muitas vezes, conseguiu a habilidade de unir estas duas dimensões, a lírica e a social, em poemas como este, escrito quando Che Guevara foi morto na Bolívia:
donde estés
se es que estás
si estás llegando
será una pena que no exista Dios
mas habrá otros
claro que habrá otros
dignos de recibirte
comandante
(do poema Consternados, rabiosos, 1967)
ou
Quizá mi única noción de patria
sea esta urgencia de decir Nosotros
quizá mi única noción de patria
sea este regreso al própro desconcierto
(do poema Noción de patria)
ou
los obreros no estaban en los poemas
pero a menudo estavan en las calles
con su rojo proyecto y con su puño
sus alpargatas e su humor de lija
y su beligerancia su paz y su paciencia
sus cojones de clase
qué clase de cojones
sus ollas populares
su modestia e sy orgullo
que son casi lo mismo
(do poema Los espejos las sombras, 1976)
ou
Compañera
usted sabe
que pude contar
conmigo
no hasta dos
o hasta diez
sino contar
conmigo
(do poema Hagamos un trato)
São textos que exprimem uma experiência de vida intensa e rica, que se desdobrou em inúmeras atividades para ganhar a vida (empregado de uma oficina, taquígrafo, caixa, vendedor, contador, funcionário público, tradutor e jornalista, antes viver somente de literatura), e muitas vezes a amarga paciência do exílio. Seus poemas, disse o escritor argentino Pedro Orgambide na introdução a uma antologia, ''são o inventário de um homem de aparência simples, de gesto e voz medida, de um próximo, um 'fulano' que fala de amor'', de ''mulheres nuas, e leva às pessoas sua palavra despojada de solenidade'', perseverando em ''seu ofício de poeta que não é outra coisa senão seu ofício de viver.''
Militante desde a década de 1940 da luta pela paz, foi um incansável crítico do imperialismo dos EUA. Foi um dos fundadores e diretor, entre 1968 e 1971, do Centro de Pesquisas Literárias da Casa de las Américas, em Havana (Cuba). Em 1971, ano de fundação do Movimento 26 de Março, foi nomeado diretor do Departamento de Literatura Hispanoamericana na Faculdade de Humanidades e Ciencias da Universidade da República, de Montevidéu, cargo que manteve até 27 de Junho de 1973, quando um golpe de estado iniciou a ditadura militar no Uruguai. Em consequência, Benedetti renunciou ao cargo na Universidade. Exilou-se na Argentina, Peru e, em 1976, em Cuba. Só voltou ao Uruguai em 1983, depois do fim da ditadura.
No poema Digamos, ele escreveu:
1.
Ayer fue yesterday
para buenos colonos
mas por fortuna nuestro
mañana no es tomorrow
2.
Tengo un mañana que es mio
y un mañana que es de todos
el mio acaba mañana
pero sobrevive el otro
No último domingo, o amanhã de Benedetti acabou, mas - como ele sempre soube - sobrevive em todos nós, os outros.
José Carlos Ruy, no portal Vermelho
quarta-feira, 6 de maio de 2009
A linguagem, as coisas e seus nomes
O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado;
O imperialismo se chama globalização;
As vítimas do imperialismo se chamam países em via de desenvolvimento, que é como chamar de meninos aos anões;
O oportunismo se chama pragmatismo;
A traição se chama realismo;
Os pobres se chamam carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos;
A expulsão dos meninos pobres do sistema educativo é conhecida pelo nome de deserção escolar;
O direito do patrão de despedir sem indenização nem explicação se chama flexibilização laboral;
A linguagem oficial reconhece os direitos das mulheres entre os direitos das minorias, como se a metade masculina da humanidade fosse a maioria;
em lugar de ditadura militar, se diz processo.
As torturas são chamadas de constrangimentos ilegais ou também pressões físicas e psicológicas;
Quando os ladrões são de boa família, não são ladrões, são cleoptomaníacos;
O saque dos fundos públicos pelos políticos corruptos atende ao nome de
enriquecimento ilícito;
Chamam-se acidentes os crimes cometidos pelos motoristas de automóveis;
Em vez de cego, se diz deficiente visual;
Um negro é um homem de cor;
Onde se diz longa e penosa enfermidade, deve-se ler câncer ou AIDS;
Mal súbito significa infarto;
Nunca se diz morte, mas desaparecimento físico;
Tampouco são mortos os seres humanos aniquilados nas operações militares: os mortos em batalha são baixas e os civis, que nada têm a ver com o peixe e sempre pagam o pato, danos colaterais;
Em 1995, quando das explosões nucleares da França no Pacífico Sul, o embaixador francês na Nova Zelândia declarou: “Não gosto da palavra bomba. Não são bombas. São artefatos que explodem”;
Chama-se Conviver alguns dos bandos assassinos da Colômbia, que agem sob proteção militar;
Dignidade era o nome de um dos campos de concentração da ditadura chilena e Liberdade o maior presídio da ditadura uruguaia;
Chama-se Paz e Justiça o grupo militar que, em 1997, matou pelas costas quarenta e cinco camponeses, quase todos mulheres e crianças, que rezavam numa igreja do povoado de Acteal, em Chiapas.
Eduardo Galeano
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Daniel Dantas e Vale do Rio Doce estão se apropriando do subsolo do Pará
Em entrevista por telefone a Paulo Henrique Amorim, o coordenador afirmou também que a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), dá impressão de defender criadores de gado mas, na verdade, faz a defesa de Dantas e sua empresa de mineração, a MG4 (*).
“A reconcentração de terras tornará inevitável um mutirão de ocupação porque a sociedade está pronta para enfrentar esse modelo concentrador”, disse Charles Trocate, que mora no assentamento Palmares, perto da Serra dos Carajás.
O MST chama a atenção para o fato de o Sul e o Sudeste do Pará constituírem uma grande região mineradora. Nos últimos cinco anos, Daniel Dantas comprou 52 fazendas em oito municípios, num total de 800.000 hectares. Entre elas, encontram-se as fazendas Maria Bonita, Espírito Santo e Cedro, ocupadas pelos sem-terra, que são áreas públicas, compradas de forma ilegal.
Há poucos dias, um conflito entre seguranças e milicianos armados a serviço de Dantas na fazenda Santa Bárbara foi testemunhado por um cinegrafista da Globo, que viajou em avião de Dantas e desmentiu a própria Globo.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Rogério Sganzerla - o abismo da marginália cinematográfica
No final dos anos 40 e durante os anos 50 bem no período pós guerra a Itália se reconstruía social e culturalmente com o neo realismo de Rossellini e Vittorio de sica, com filmes que usavam como cenário a própria realidade, assim como atores amadores e pessoas do povo. E com inspiração nessa estética e nesses preceitos alguns cineastas como Nelson pereira do santos, Glauber rocha, rui guerra, Carlos Diegues, entre outros, na década de 60, começam a tomar essas idéias e colocá-las em pratica com o velho bordão do Glauber Rocha “uma idéia na cabeça e uma câmera na mão” começa ai saga do cinema novo no Brasil, com obras como “os fuzis” de Rui Guerra que é seu marco inicial assim como “deus e o diabo na terra do sol “ de Glauber rocha , um cinema de esquerda, contestatório, adaptado a realidade brasileira, mas mesmo assim ainda cheio de ranços e de cineastas que com o passar dos anos viraram, a casaca os ideais e suas raízes.
No final dos anos 60 alguns diretores que até então tinham simpatia ou saíram direto do berço do cinema novo, começaram a contestar a lei estética vigente, tendo como pais espirituais Ozualdo Candeias com seu grande filme “ a margem” de 1967 e o agressivo José Mojica Marins com o genial “a meia noite levarei sua alma”. Diferentes do cinema novo com uma estética seminal e agressiva, beirando o surreal, um cinema cru, filosoficamente muito distante do ufanismo intelectual engajado dos cinemanovistas, nascia ai a base do cinema marginal.
a boca do lixo, no centro velho de são Paulo o quadrilátero delimitado pela Duque de Caxias, Timbiras, São João e Protestantes (região da Santa Ifigênia e praça da republica) foi o berço do cinema marginal que foi pejorativamente chamado de Udigrudi por Glauber Rocha uma corruptela abrasileirada de UNDERGROUND, a boca que contava com a maior concentração por metro quadrado de prostitutas e bandidos e escroques de todos os tipos, devido a estação de trem ali próxima e onde vieram parar um sem numero de produtoras de filmes, que viabilizou vários diretores iniciantes a começarem suas obras nesse espaço maldito, regado a sexo e malandragem.
E dessa mesma boca saem vários diretores que viriam a formar a nova estética, rompendo com o cinema novo, trazendo um cinema irônico, urbano, e libertário sintonizado com a contracultura e as vezes pagando caro por isso, com obras com dificuldade de serem exibidas, de prejuízos e até mesmo impossibilidade de apresentação de trabalhos prontos por muitos anos, seja pela censura ou não fazer parte de um establishment imposto pelos distribuidores e por puro boicote da censura oficial assim como de certas pessoas descontentes.
É dessa realidade que vem uma leva de novos cineastas como Carlos Reichenbach, Andrea Tonacci e logicamente Rogério Sganzerla.
Sganzerla é um cineasta sui generis, dono de uma estética forte com influencias de vários cineastas como Samuel fuller , Godard e Orson Welles, em sua obra inicial “O bandido Da Luz Vermelha” de 1968, ele tem uma relação de amor e ódio ao cinema novo, a quebra da estética formal de narrativa para fazer um filme urbano, mas imerso na cultura nacional, outsider por definição, a primeira frase que se ouve do bandido no filme “quem sou eu” complementada depois por “...quando a gente não pode fazer nada a a gente avacalha, avacalha e se esculhamba” reflete essa idéia de estar fora de uma posição definida dentro de um conceito pré concebido, uma pergunta existencialista que permeia toda obra desse cineasta que sempre esteve contra a maré mas se mantendo sempre fiel a seus ideais estéticos e filosóficos.
“Eu acho que o cinema é uma atividade produtiva: manter a língua, a imagem do nosso país” diria sganzerla pouco antes de falecer em 2004, e ele fez isso com maestria no bandido. Usando a linguagem coloquial espontânea dos personagens que surgem desse submundo das entranhas de são Paulo dos anos 60 as frases que marcam o filme são afirmações metafóricas sobre a realidade social e política brasileira a beira do recrudescimento da censura “... o terceiro mundo vai explodir e quem tiver de sapato não sobra” é repetido a exaustão, o mosaico que o bandido forma com, políticos coronelistas , pela força repressiva policial, pela fauna que circula pela metrópole suja, fazem parte desse microcosmo social brasileiro sem muita perspectiva, que é agravada pela imprensa sensacionalista marcada pela narração renitente, que se desenvolve durante o filme, uma relação anárquica com os valores instituídos, dando destaque a marginalia e a vida no fio da navalha.
Sganzerla continua a saga dos desvalidos e amorais em “ a mulher de todos” filme, que ele depois de inteiro editado teve de recorrer a restos de cenas pra conseguir que o filme atingisse o tempo necessário de um longa metragem. O filme tem sua mulher Helena Ignez no papel principal de Ângela carne e osso a inimiga numero um dos homens, sganzerla vai fundo na sátira aos valores burgueses e vazios da sociedade em plena decadência, com suas relações efêmeras e o vazio atrás das mascaras sociais.
Já em 1970 ele vai para o rio onde com Julio Bressane formam a bel-air filmes , dessa época datam “sem essa aranha” , “betty bomba, a exibicionista” e o “Copacabana mon amour” que tem a desglamourização da imagem carioca de cartão postal como seu principal tema, o que Sganzerla faz com uma ironia certeira.
o cineasta passa por uma fase complicada ficando sem lançar nenhum longa de 1971 até 1977 quando termina o “abismu” filme enigmático feito com recursos próprios, com Norma Bengell, José Mojica Marins, wilson grey e Jorge loredo, o filme passa por uma maratona para poder ser lançado, norma bengell vendeu um apartamento para que fosse concretizada a produção do filme de sganzerla que sofre uma espécie de repressão velada por parte dos exibidores, ele fala sobre isso em 1981 quando o filme já teria conseguido aval da censura mas não conseguia salas de exibição:
“ o que fazer diante do arbítrio de incompetência treinada? Eu, que não sou burro, sempre soube que existe um boicote contra meus filmes. Falei demais? Saibam que por idealismo nunca calei-me diante do fato de intuir precocemente as coisas. Serei tão importante e ameaçador assim? Se fui considerado dos mais criativos realizadores do País, por que cuidadosamente não deixam ir às telas... ou seja tenho filmes arquivados há dez anos... que tal ? Não seria um boicote armado pelos intelectuais de araque?”
esse não seria o ultimo embate de sganzerla com dificuldades de lançar um trabalho.
a obsessão pessoal de sganzerla pela vinda de Orson Welles ao Brasil em 1942 para gravar “it´s all true (é tudo verdade)” rendeu uma série de trabalhos sobre o tema , a garimpagem sobre isso começa ainda em 1980 e tem como resultado: “nem tudo é verdade” de 1986, “A linguagem de Orson Welles” curta de 1989 e “É Tudo Brasil” de 1997 e o ultimo trabalho de sganzerla, já fragilizado com um tumor no cérebro, “o signo do caos” de 2003 um anti-filme, com questionamentos profundos sobre o fazer cinema no Brasil, com mistura de drama e thriller policial e ainda as ultimas partes sobre welles, foi mais uma maratona árdua para conseguir apoio e lançar o filme depois de pronto. Concretizado o tão esperado lançamento e conseguiu o premio candango de ouro por seu filme no 36° festival de cinema de Brasília mas por estar debilitado não conseguiu ir até a premiação.
Vem a falecer no dia 9 de Janeiro de 2004 devido ao tumor no cerébro e deixando na cultura nacional um vácuo difícil de ser preenchido.
Quem tiver de sapato não sobra
Filmografia de rogério sganzerla
- 2003 - O signo do caos
- 1997 - Tudo é Brasil
- 1993 - Perigo negro
- 1992 - Oswaldianas
- 1991 - Isto é Noel
- 1990 - Anônimo e incomum
- 1989 - A linguagem de Orson Welles (curta-metragem)
- 1986 - Nem tudo é verdade
- 1981 - Noel por Noel (curta-metragem)
- 1981 - Brasil (curta-metragem)
- 1977 - O abismo (abismu)
- 1976 - Viagem e descrição do rio Guanabara por ocasião da França Antártica (Villegagnon)
- 1971 - Fora do baralho
- 1970 - Copacabana mon amour
- 1970 - Carnaval na lama (Betty Bomba, a exibicionista)
- 1970 - Sem essa, aranha
- 1969 - Mulher de todos
- 1968 - O bandido da luz vermelha
- 1968 - HQ (curta-metragem)
- 1966 - Documentário (curta-metragem)
Por Cleiner Micceno
terça-feira, 14 de abril de 2009
Quem está doente: Adriano ou os outros?
O normal é ter, consumir, se apropriar de bens, vender sua imagem como mercadoria, se deslumbrar com a riqueza, a fama, odiar e hostilizar suas origens, se desvincular do Brasil. Esses parecem “normais”. Anormal é alguém renunciar a um contrato milionário com um tipo italiano, primeiro colocado no campeonato de lá.
Normal é ser membro de alguma igreja esquisita, cujo casal de pastores principais foram presos por desvio de fundos. Normal é casar virgem, ser careta, evangélico, bem comportado, responder a todas as solicitações e assinar todos os contratos. Normal é receber uma proposta milionária de um clube inglês dirigida por um sheik, ficar pensando um bom tempo, depois resolver não aceitar e ser elogiado por ter preferido seu clube, quando antes ele ficou avaliando, com a calculadora na mão, se valia a pena trocar um contrato milionário por outro.
Considera-se desequilibrado mental quem recusa um contrato milionário, para viver com bermuda, camiseta e sandália havaiana. Falou à imprensa de todo o mundo, disposta a confissões espetaculares sobre o que havia feito nos três dias em que esteve supostamente desaparecido – quando a imprensa não sabe onde está alguém, está “desaparecido”, chegou-se até a dizer que Adriano teria morrido -, buscando pressioná-lo para que confessasse que era alcoólatra e/ou dependente de drogas, encontrar mulheres espetaculares na jogada.
Falou como ser humano, que singelamente tem a coragem de renunciar às milionárias cifras, eventualmente até pagar multar pela sua ruptura, dizer que “vai dar um tempo”, que não era feliz no que estava fazendo, que reencontrou essa felicidade na favela da sua infância, no meio dos seus amigos e da sua família.
Este comportamento deveria ser considerado humano, normal, equilibrado. Mas numa sociedade em que “não se rasga dinheiro”, em que a fama e a grana são os objetivos máximos a ser alcançados, quem está doente: Adriano ou essa sociedade? Quem ter que ser curada? Quem é normal, quem está feliz?
Emir Sader
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Eric J. Hobsbawm: A síntese viva do século XX
Nascido em Alexandria, no Egito, em 1917, Hobsbawm se tornou um ícone pop por conseguir fazer, como poucos, a ponte entre as áridas pesquisas de ponta produzidas na academia e o grande público. Ao longo de mais de 50 anos de carreira, ele se destacou por ser aquilo que o jargão acadêmico chama de “historiador de síntese”. Ou seja: além das pesquisas que ele mesmo desenvolve, Hobsbawm se tornou um erudito capaz de condensar o resultado de estudos sobre os mais variados temas em obras que apresentam uma visão de conjunto sobre um determinado período histórico.
Ao adotar essas abordagens amplas, apresentou uma leitura da história contemporânea que até hoje orienta os estudos de pesquisadores em todo o mundo. Ele divide a história dos séculos XIX e XX em quatro grandes eras: a das revoluções, a do capital, a dos impérios e a dos extremos.
Não por acaso esses são os títulos dos volumes que compõem a sua “quadrilogia” clássica. Em A era das revoluções ele analisa o período das grandes transformações desencadeadas pela Revolução Francesa no fim do século XVIII, evento fundador do mundo contemporânea; em seguida ele esmiúça o processo de desenvolvimento do capitalismo na Europa entre 1848 e 1875 em A era do capital; na seqüência vem A era dos impérios, obra na qual explica as origens e as conseqüências do imperialismo do final do século XIX e início do XX. A série termina com o seu livro mais famoso, A era dos extremos, no qual faz uma brilhante radiografia do mundo bipolar do século XX, que segundo ele começou em 1914, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, e terminou em 1991, com o colapso do socialismo real e o fim da União Soviética.
Se Hobsbawm tivesse parado por aí já seria o suficiente para colocá-lo na galeria dos grandes historiadores do século XX, ao lado de Lucien Fevbre, Marc Bloch, Jacques Le Goff, E.P. Thompson e tantos outros. O que o diferencia dos demais, no entanto, é que Hobsbawm continua vivo e bastante ativo.
É isso o que torna O novo século tão instigante: das páginas do livro surge um intelectual em sintonia com seu tempo, que não tem medo de usar a história para explicar o mundo em que vivemos hoje. E faz isso com maestria, diga-se de passagem.
Ler O novo século hoje é ainda mais interessante do que na época em que foi lançado originalmente, em 2000. Agora, as “profecias” feitas por Hobsbawm na virada do milênio podem ser confrontadas com as análises que ele mesmo fez já dos primeiros anos do século XXI em seu último livro, Globalização, democracia e terrorismo, publicado também pela Companhia das Letras no final de 2007.
Ao lado de suas obras clássicas, esses dois livros mais recentes fazem de Hobsbawm um sério candidato a se tornar não só um dos maiores historiadores do século XX, mas também do início do século XXI. Mas isso, só a história poderá julgar.
Por Bruno Fiuza
terça-feira, 31 de março de 2009
Para a DASPU discrição é a alma do negócio
Entretanto, se o caso continuar a repercutir, confundido muita gente de boa índole, cogita-se o lançamento de uma série de novos modelos, já na próxima temporada, aludindo ao ocorrido em São Paulo com dizeres do tipo “Sou Daspu não Daslu”.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Polícia Francesa poupa milhões migrando para Ubuntu
A respeito da mudança, o Major Guimard fez o seguinte comentário: "Migrando do Microsoft XP para o Vista não traria muitas mudanças e a Microsoft disse que iria requerer treinamento. Migrando do XP para o Ubuntu, entretanto, se mostrou bastante fácil. As duas maiores diferenças são os icones e os jogos. Jogos não são prioridade para nós."
fonte: Notícias Linux
domingo, 8 de março de 2009
Eu Dispenso a Rosa
Confira também os demais blogs participantes da campanha em http://pixelporpixel.wordpress.com/
quinta-feira, 5 de março de 2009
domingo, 25 de janeiro de 2009
Governo divulgará na internet arquivos da ditadura
A declaração foi concedida em um debate sobre Leis de Anistia do Brasil e América Latina, promovido pela 6ª Bienal de Cultura da União dos Estudantes (UNE), em Salvador (BA).
Na ocasião, Vannuchi ressaltou que a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, publicará um edital para convocar a apresentação dos documentos, com garantia de sigilos às pessoas que enviarem. O governo ainda prevê punições aos que ocultarem informações sobre o período. "Será dado um prazo para a apresentação e quem se negar e for descoberto estará cometendo irregularidade", disse Vannuchi.
De acordo com as informações do ministro, o acesso aos dados da ditadura ficará restrito, por meio de cadastro e senha, a historiadores, pesquisadores e jornalistas, para que a ação não cause danos à intimidade dos envolvidos.
Fonte: Agência Estado