Saiu na revista Vida Simples uma matéria chamada "O Grande Não", que fala da dificuldade das pessoas em se opôr a algumas situações.
É, de fato, uma matéria atrativa e bem escrita. A linha fina diz: "Ter firmeza de atitude e saber negar é uma arte que pode transformar sua vida. Descubra por que é legal não ser legal o tempo inteiro". Parece interessante, não? Mas quais os efeitos disso?
A revista coloca como se fosse um problema fácil de se solucionar. Você não sabe dizer não? "Experimente ser egoísta de vez em quando!", "Se não tiver certeza do seu sim, enrole. Peça tempo para pensar.", "Mude de opinião quantas vezes quiser".
Se o problema do indivíduo fosse unicamente não saber dizer não, estaria resolvido! Mas quem disse que o ser humano é superficial, assim? Ninguém nasce simplesmente sem saber dizer não. Por trás desta dificuldade podem haver mil questões a ser trabalhadas: medo de rejeição é uma delas, sim, como a própria revista cita. Mas de onde vem esse medo de ser rejeitado? É só isso, ou este medo soma-se a algum outro fator? Será que a pessoa realmente não sabe dizer não? Ou usa este medo para justificar situações onde, no fundo, ela queria mesmo dizer sim?
Eu, pessoalmente, conheço pessoas que usam a pose do "não sei dizer não" para manipular outras. Quer comportamento mais egoísta que esse? E aí o sujeito lê na revista: "Experimente ser egoísta!" - percebem a dimensão do problema?
Sem falar nos que apelam à literatura/jornalismo de auto-ajuda para dispensar a psicoterapia. O resultado é um grande passo pra trás, pois a pessoa acredita que está melhorando, quando na verdade está reprimindo sintomas. É como tomar Engov pra ressaca e se acabar na cerveja na semana seguinte. Até fazer uma cirrose, aí ele para de beber e vai procurar tratamento.
O que está por trás de tudo isso? Uma cultura imediatista, onde tudo é muito simples, basta comprar o remédio, o livrinho, ou o que seja. Não precisa pensar, refletir, digerir. A felicidade está a um passo - basta abrir a carteira.
É, de fato, uma matéria atrativa e bem escrita. A linha fina diz: "Ter firmeza de atitude e saber negar é uma arte que pode transformar sua vida. Descubra por que é legal não ser legal o tempo inteiro". Parece interessante, não? Mas quais os efeitos disso?
A revista coloca como se fosse um problema fácil de se solucionar. Você não sabe dizer não? "Experimente ser egoísta de vez em quando!", "Se não tiver certeza do seu sim, enrole. Peça tempo para pensar.", "Mude de opinião quantas vezes quiser".
Se o problema do indivíduo fosse unicamente não saber dizer não, estaria resolvido! Mas quem disse que o ser humano é superficial, assim? Ninguém nasce simplesmente sem saber dizer não. Por trás desta dificuldade podem haver mil questões a ser trabalhadas: medo de rejeição é uma delas, sim, como a própria revista cita. Mas de onde vem esse medo de ser rejeitado? É só isso, ou este medo soma-se a algum outro fator? Será que a pessoa realmente não sabe dizer não? Ou usa este medo para justificar situações onde, no fundo, ela queria mesmo dizer sim?
Eu, pessoalmente, conheço pessoas que usam a pose do "não sei dizer não" para manipular outras. Quer comportamento mais egoísta que esse? E aí o sujeito lê na revista: "Experimente ser egoísta!" - percebem a dimensão do problema?
Sem falar nos que apelam à literatura/jornalismo de auto-ajuda para dispensar a psicoterapia. O resultado é um grande passo pra trás, pois a pessoa acredita que está melhorando, quando na verdade está reprimindo sintomas. É como tomar Engov pra ressaca e se acabar na cerveja na semana seguinte. Até fazer uma cirrose, aí ele para de beber e vai procurar tratamento.
O que está por trás de tudo isso? Uma cultura imediatista, onde tudo é muito simples, basta comprar o remédio, o livrinho, ou o que seja. Não precisa pensar, refletir, digerir. A felicidade está a um passo - basta abrir a carteira.
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