domingo, 25 de janeiro de 2009

Governo divulgará na internet arquivos da ditadura

O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, afirmou na última quinta-feira (22) que os arquivos da ditadura conseguidos pelo governo federal estarão disponíveis na internet em fevereiro de 2009.

A declaração foi concedida em um debate sobre Leis de Anistia do Brasil e América Latina, promovido pela 6ª Bienal de Cultura da União dos Estudantes (UNE), em Salvador (BA).

Na ocasião, Vannuchi ressaltou que a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, publicará um edital para convocar a apresentação dos documentos, com garantia de sigilos às pessoas que enviarem. O governo ainda prevê punições aos que ocultarem informações sobre o período. "Será dado um prazo para a apresentação e quem se negar e for descoberto estará cometendo irregularidade", disse Vannuchi.

De acordo com as informações do ministro, o acesso aos dados da ditadura ficará restrito, por meio de cadastro e senha, a historiadores, pesquisadores e jornalistas, para que a ação não cause danos à intimidade dos envolvidos.

Fonte: Agência Estado

sábado, 24 de janeiro de 2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Operação Moto-Serra

É bom ficar esperto. Está em curso uma ardilosa orquestração na mídia de blindagem do tucano José Serra, governador de São Paulo e candidato do bloco neoliberal-conservador à sucessão do presidente Lula em 2010. A mais nova vítima da "operação-Serra" é o jornalista Luis Nassif, que teve seu contrato de trabalho suspenso na semana passada pela TV Cultura, emissora controlada pelo governo de São Paulo. Numa entrevista exclusiva à jornalista Priscila Lobregatte, do Portal Vermelho, Nassif não vacilou em fazer o alerta: "2010 já começou, este é o ponto".

O abrupto rompimento do seu contrato não teve qualquer explicação. E nem podia. Afinal, por suas posições críticas e independentes, ele é um dos mais respeitados colunistas da mídia, já tendo recebido vários prêmios. No último prêmio Comunique-se, ele foi um dos três jornalistas da TV Cultura indicados para a categoria televisão. O motivo, então, não foi profissional. Nassif insinua que sua demissão se deve à proximidade da sucessão presidencial. "A maluquice das eleições de 2006 voltou antecipadamente", afirma, referindo-se à brutal manipulação no pleito passado.

Ele lembra que recentemente criticou a publicidade da Sabesp, empresa paulista de água. "Como pode uma empresa com atuação estadual patrocinar eventos de televisão no Brasil inteiro?". Este e outros comentários críticos, atestando que a campanha presidencial de Serra é ostensiva e usa recursos públicos, devem ter irritado o truculento governador. Para Nassif, há indícios de que a ordem para sua demissão veio de cima. "O Paulo Markun [presidente da Fundação Anchieta, a mantenedora da TV Cultura] não tomaria sozinho essa decisão... Se em dezembro ele acertava ampliar minha participação, é evidente que a mudança de orientação se deve a outros fatos".

A suspensão do contrato de Nassif é um fato grave. Mostra a total falta de independência de uma emissora que deveria ser pública e que hoje serve abertamente ao projeto presidencial de Serra. Mas não é um fato isolado. Além de manietar a TV Cultura, o governador tucano conta hoje com o apoio ostensivo da maioria das emissoras privadas e dos jornalões e revistas do país, fechando o cerco midiático para sua campanha. Está em curso uma operação de limpeza nas redações para aplainar a sua decolagem eleitoral, evitando críticas a sua administração e bajulando o tucano.

Em outubro passado, a Rede Globo demitiu o jornalista Sidney Rezende da rádio CBN. Segundo Rodrigo Viana, que deixou a emissora por discordar das suas manipulações na sucessão de 2006, "Sidney era tido por colegas e ouvintes como jornalista que exercia a sua independência... Na sua demissão se percebem os preparativos para a cobertura das eleições de 2010. O ‘moto-serra' dos tucanos vai passar sobre várias cabeças do jornalismo global. Na CBN, conheço um outro âncora (não darei nome porque ele me pediu sigilo) que teve a sua cabeça pedida pelo governador".

Após estranhar outro facão recente, de Luiz Carlos Braga da sucursal de Brasília, Rodrigo afirma que o clima na Rede Globo "lembra muito a operação-2006. Há dois anos, às vésperas da eleição presidencial, ela se livrou do comentarista Franklin Martins porque este não fechava com a linha oficial de ‘sentar a pancada' em Lula e dar uma ‘mãozinha' aos tucanos. Depois, foram limados outros jornalistas que se indispuseram com a emissora na cobertura das eleições (entre eles, eu, Luiz Carlos Azenha, Carlos Dornelles e o editor de política Marco Aurélio Mello)".

Rodrigo Viana, que há muito tempo trabalha em veículos privados, garante que o presidenciável tucano conta com o total apoio dos barões da mídia. Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da TV Globo – também apelidado por quem o conhece bem de Ratzinger ou "senhor das trevas" –, não permite que saia uma linha sobre o atual governador paulista sem o seu aval prévio. A mesma rigorosa orientação é imposta pela famíglia Frias, que mantém sólidas e sinistras relações com o tucano-mor desde os tempos em que este foi editorialista da Folha de S.Paulo.

Este conluio explica a generosidade da mídia hegemônica até nos casos mais chocantes – como na "guerra das polícias" no ano passado, quando ela simplesmente isentou o governador paulista de qualquer culpa, ou na desastrosa operação policial do seqüestro e morte de Eloá Pimentel, em Santo André. Ainda segundo Rodrigo Viana, que conhece os bastidores da mídia, "a ordem era proteger o governador. Conversei com três colegas que trabalham na TV Globo de São Paulo e que pedem anonimato. A orientação aos editores era botar no ar trechos imensos da entrevista chapa-branca com o Serra", na qual ele culpou as centrais sindicais pela greve na Polícia Civil.

A "operação-Serra" também fica patente na forma como a mídia trata as obras do governo Lula, sempre tão vigilante, e na total omissão diante dos descalabros da administração paulista. Na semana passada, Folha e Estadão fizeram rasgados elogios às obras do Rodoanel, sem publicar uma crítica ao seu monumental atraso e altos custos. Já as TVs nada falaram sobre a interrupção da concessão das rodovias Ayrton Senna e Marechal Rondon devido às falcatruas nas licitações, ou da suspensão, pelo TCE, das obras na Marginal do Tietê porque o edital estava irregular.

Também é impressionante a bondade da mídia venal diante das graves denúncias do Ministério Público, que investiga quatro contratos no valor de R$ 1 bilhão da Siemens com o governo paulista para construção de três linhas do Metrô. Há suspeitas de superfaturamento e de que a multinacional alemã teria subornado políticos do PSDB. As apurações começaram no rastro de outro inquérito, o que investiga a multinacional francesa Alstom, que teria dado propina para obter contratos com estatais paulistas nos últimos 14 anos de reinado tucano em São Paulo.

Sem trabalho na TV Cultura, Luiz Nassif afirma que agora se dedicará ao seu blog, apostando na internet como arma de democratização da informação. Mas também neste campo a fúria de Serra já se faz sentir. Recentemente, a Justiça mandou tirar do ar o blog Flit paralisante, postado pelo delegado da polícia civil Roberto Conde Guerra. O delegado é famoso por suas críticas à política de segurança do tucanato, sendo fonte alternativa de jornalistas. Durante a greve da categoria, ele usou seu blog para convocar protestos e teve 130 mil acessos. Agora, foi censurado pelo "moto-serra". A mídia, que sempre ataca o "autoritarismo" do governo Lula, não alardeou esta censura.

A demissão de Nassif até agora não indignou os jornalistas – alguns que tiveram papel de relevo na luta contra a ditadura e que hoje parecem dóceis serviçais das empresas, preocupados apenas com suas carreiras. Também não houve reação das entidades da categoria – o que é lamentável. Paulo Henrique Amorin, outra vítima de perseguição dos "amigos de Serra" quando foi retirado do ar, sem aviso prévio, do Portal IG, protestou solitariamente. "A TV Cultura de Serrágio (vem do pedágio mais alto do Brasil) não agüentava a independência de Nassif", escreveu no seu blog.

Altamiro Borges, no portal Vermelho

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Cobertura "isenta" da Globo

Segundo divulgado pelo blog do jornalista Altamiro Borges, Renata Malkes, correspondente da Globo News e do jornal O Globo em Gaza, é uma sionista militante. A denúncia foi feita pelo blog Cloaca, que monitora as práticas do “jornalismo esgoto”. Ele vasculhou e descobriu alguns textos da repórter da Globo, postados no seu blog pessoal Balagan – que, curiosamente, já foi deletado. No topo da página, a imagem de um palestino, associado à figura de um terrorista, e a chamada: “Não lhes dê um estado”. Os textos revelam o mais abjeto preconceito racista.

Entre outras sandices, Malkes escreveu: “Parece piada! Eles querem criar um Estado Palestino independente e ainda entupir Israel com seus milhares de refugiados mortos de fome. Faça-me o favor”. Noutra postagem, considera “patética” até uma declaração de FHC favorável à criação do Estado Palestino. “Tupiniquim tem mais é que cuidar de dengue”. Ele também ataca o MST, que enviara uma delegação de solidariedade à região, e ridiculariza a Venezuela por ser “amiga dos brimos”. Vários artigos tratam os árabes e os palestinos como “burros” e “mentirosos”.

Numa de suas postagens, ela se mostra exultante com a possibilidade de realizar o seu “sonho” de ingressar no Exército de Israel – mas não há registros oficiais sobre o seu recrutamento.

Alvejada em cheio pelas denúncias, a jornalista logo postou um esclarecimento público no seu blog, “O outro lado da Terra Santa”, também hospedado nas páginas da Rede Globo. Segundo garantiu, ela nunca pertenceu ao Exército de Israel. “Ao chegar a Israel, tive sim vontade de ingressar nas Forças Armadas para compreender melhor o funcionamento desta complexa máquina de guerra”, mas desistiu.

Com relação ao Balagan, explicou que o deletou, em meados de 2007, “por motivos de segurança”. Quando ao seu conteúdo, afirma que eram “textos escritos num espaço pessoal, entre os anos 2001 e 2006... antes de atuar como repórter de O Globo”.

Ela deixa implícito que teria se arrependido das coisas que escreveu no seu antigo blog. “Quem pensa muda... Sempre admiti ter vergonha de determinadas posições que tive no passado. A vivência diária do conflito me fez abrir os olhos e ampliar minha percepção acerca dos fatos e do significado do sentimento de humanismo... Eu fazia parte desse mesmo grupo de pessoas que vêem a realidade com olhos maniqueístas e reagem com intensidade brutal... Por sorte, aprendi em seis anos de vivência aqui que a realidade do conflito israelo-palestino não é preta e branca”.

Dadas as explicações, o mais crédulo dos humanos ainda achará muito estranho que a direção da TV Globo tenha enviado como correspondente da carnificina em Gaza uma jornalista com esta sinistra trajetória. É evidente que o maquiavélico diretor-executivo de jornalismo da emissora, Ali Kamel, batizado de Ratzinger pelos jornalistas que o conhecem, sabia deste passado militante e que ele interferiria na cobertura do atual genocídio. Uma repórter com este histórico sionista estaria talhada para manipular a cobertura da maior emissora privada de televisão do Brasil.

Empresários querem ajuda do governo mas não aceitam garantir empregos

Frase do dia

“Se eu fosse o Pai Celeste, não conversaria com quem acredita em mim, e sim com os ateus”

Ermanno Olmi, cineasta italiano cuja obra-prima chama-se "A árvore dos tamancos", citado por Mino Carta

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Ateus saem do armário em Londres



“Deus provavelmente não existe. Agora, pare de se preocupar e aproveite a vida”. Este é o slogan de uma grande campanha, com anúncios em ônibus e metrôs da capital britânica, que pretende estimular os ateus a saírem do armário.

A idéia começou com um certo tom de brincadeira, quando a comediante Ariane Sherine (foto) sugeriu que um “ônibus ateu” circulasse pela cidade como contrapartida às propagandas religiosas que condenavam os não-cristãos ao inferno.

Ela começou a coletar doações para a campanha com a meta de arrecadar 6 mil libras, o equivalente a R$ 20 mil. Nem ela acreditou quando, em menos de dois dias, a conta do banco já registrava 87 mil libras.

A modesta campanha planejada para os ônibus londrinos se transformou em um mega esforço publicitário de mais de 135 mil libras, com anúncios extras no metrô - citando ateus famosos como a atriz Katharine Hepburn e a poetisa Emily Dickinson - e mensagens em telas eletrônicas no centro da cidade.

Alguns teólogos elogiaram a iniciativa dizendo que o slogan encoraja as pessoas a pensarem sobre a existência de Deus e pode dar início a discussões interessantes em torno das religiões, mas há quem diga que a coisa boa dos ateus era justamente que eles não tentavam convencer ninguém de sua não-crença.

Agora, eles teriam se igualado aos pregadores religiosos…